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Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2016
Maconha recreativa pode? E novos cassinos no Estado? Sacolinha plástica é legal? O salário mínimo deve subir (para adultos) ou diminuir (menores aprendizes)? Atores pornô têm de usar camisinha no set de filmagem? No dia 8 de novembro, quando americanos forem às urnas, haverá mais em jogo do que decidir entre Hillary Clinton ou Donald Trump para a presidência do país e qual será a cara do próximo Congresso americano.
As medidas acima norteiam alguns dos 135 plebiscitos que aparecerão dispersos nas cédulas de 34 Estados e do Distrito de Colúmbia (onde fica Washington), junto com as opções para presidente, governador, senador e deputados.
A legalização da maconha lidera o número de consultas populares – é tema no pleito de nove Estados. O mais populoso do país, a Califórnia, vota o uso recreativo da erva 44 anos depois de ouvir sua população pela primeira vez sobre o assunto. Em 1972, dois terços dos californianos rejeitaram o movimento “Legalize Já”. Em 1996, o Estado aprovou a Lei do Uso Piedoso, liberando a maconha para tratamento de doenças como o câncer.
Mas os californianos rejeitaram tentativas de permitir o consumo para diversão, o que hoje só é legal em quatro Estados (Colorado, Washington, Alasca e Oregon). A última campanha derrotada, de seis anos atrás, teve apoio do bilionário George Soros. Associações como Narcóticos Anônimos e o governador na época, Arnold Schwarzenegger, eram contra. O “não” ganhou por 53,5%.
Diretor da Norml (Organização Nacional pela Reforma das Leis de Maconha), Paul Armentano afirmou que a legalização em massa nos EUA daria um “barato” tributário. “A taxação sobre o comércio da erva e de produtos feitos com ela, de algodão doce a gel para gatos, renderia 28 bilhões de dólares [88 bilhões reais].” O dado é da Tax Foundation, think-tank – organização que difunde informações sobre o assunto, mas não faz lobby pela causa.
A Califórnia também será responsável por dois plebiscitos pioneiros: referendar uma lei para proibir as sacolas plásticas de mercados e farmácias e elevar em 2 dólares o imposto sobre cigarro no Estado, onde um maço custa em média 6 dólares (19 reais).
Uso da camisinha.
Outra consulta propõe a imposição da camisinha na indústria pornô, já aprovada na cidade de Los Angeles. A coalizão Californianos Contra a Perseguição no Trabalho é contra: a iniciativa criaria uma “cultura do medo” perigosa, com janela para extorquir sobretudo pequenos produtores.
Três Estados (Colorado, Washington e Maine) vão opinar sobre o aumento do salário mínimo, que varia de Estado para Estado – o piso nacional é de 7,25 dólares (23 reais) a hora, equivalente a cerca de 3,6 mil por mês.
Na contramão vem a Dakota do Sul, que decide se diminui de 8,50 dólares para 7,50 dólares a remuneração para menores de 18 anos. O Colorado vai decidir ainda se derruba uma lei estadual que faz uma exceção ao veto à escravidão: hoje, réus condenados à prisão podem trabalhar sem qualquer tipo de ordenado. Enquanto muitos plebiscitos mobilizam temas nacionais, como o maior controle para venda de armas, outros pinçam questões locais. Indiana e Kansas, por exemplo, sondarão sobre incluir na Constituição “o direito de caçar, pescar e aprisionar a vida selvagem”, o que seria uma expressão da cultura local. (Folhapress)