Sexta-feira, 24 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2016
A defesa do marqueteiro João Santana afirmou na noite desta segunda-feira (22) que todos recursos em contas do exterior do marqueteiro provêm, exclusivamente, de campanhas feitas em outros países. Segundo a defesa, “nenhum centavo” é de campanha brasileira.
Mais cedo, nesta segunda, a Polícia Federal deflagrou a 23ª fase da Operação Lava-Jato e a Justiça decretou a prisão dele e da mulher, Mônica Moura, depois de rastrear supostos pagamentos ilegais no exterior em uma conta secreta do marqueteiro. Juntos, eles são sócios da Polis, uma empresa de marketing político. Os dois estão na República Dominicana devido ao trabalho na campanha presidencial no país caribenho.
João Santana foi marqueteiro de campanha do PT, e as empresas dele e da mulher receberam mais de 171 milhões de reais do partido, entre 2006 e 2014, segundo as investigações. Mentor de estratégias eleitorais, Santana também conquistou prestígio político e chegou a ser apontado como um dos mais próximos conselheiros da presidenta Dilma Rousseff. Em uma alusão ao poder que sempre teve nos bastidores, ele ganhou o apelido de “ministro da propaganda”.
Apesar de não investigar campanhas eleitorais, a Operação Lava-Jato apontou que os pagamentos a João Santana e a mulher dele podem ter sido uma forma de remunerá-los por serviços prestados ao PT. O juiz Sérgio Moro diz que as investigações estão sendo aprofundadas e que essa hipótese é bastante grave, pois também representa corrupção no sistema político partidário. (AG)