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Economia Mas, afinal, o que é uma recessão e como ela afeta o País? Entenda

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Dados foram divulgados nesta sexta-feira (17). (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O PIB (Produto Interno Bruto) – conjunto de bens e serviços produzidos pelo País – registrou desempenho negativo pelo segundo trimestre seguido, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE. Com isso, o País entrou em um quadro conhecido como recessão técnica. Mas, afinal de contas, o que é uma recessão? E como isso afeta a vida dos brasileiros?

Não existe uma definição única sobre o que é recessão. Por convenção, dois trimestres seguidos de queda no PIB são chamados de “recessão técnica”. No caso do Brasil, a economia recuou 0,4% entre abril e junho e 0,1% entre julho e setembro.

“A recessão técnica é quando o país tem pelo menos dois trimestres consecutivos com taxa de crescimento negativa. Em geral, isso não é suficiente para atestar que a economia está encolhendo. Mas é um indício grande de que a economia está caminhando para esse cenário”, explica Juliana Inhasz, professora e coordenadora do curso de Economia do Insper.

Economistas avaliam que indicadores mais amplos, como emprego, produção das empresas, atividade dos serviços, e os ciclos da economia qualificam melhor quando um país entra em períodos recessivos ou de expansão.

No Brasil, o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas faz essa avaliação, seguindo parâmetros parecidos com os do National Bureau of Economic Research (NBER), que é a referência para o PIB americano.

E, na avaliação do Codace, o Brasil está em recessão desde março de 2020. Na prática, para as famílias brasileiras, representa que o país está gerando menos emprego, renda e qualidade de vida. Para as empresas, os negócios estão patinando.

A última vez que o Codace se manifestou sobre o PIB brasileiro foi em junho de 2020, quando atestou que uma nova recessão – a quinta só neste século – havia se iniciado em março daquele ano. Desde então, o Codace não atualizou sua posição, o que indica que o ciclo de recessão permanece, explica Claudio Considera, pesquisador associado da FGV-Ibre.

“A gente não reconhece o termo recessão técnica. O comitê se reúne quando existe algum fato novo, e isso ainda não ocorreu. O desemprego continua alto, com uma inflação que vai para dois dígitos. Se o Codace se reunir é para dizer que a recessão piorou”, alfineta.

Queda na renda per capita

Para Considera, ainda que o PIB encerre este ano com expansão de 4,78%, como preveem os analistas do mercado, segundo o último Boletim Focus do Banco Central, o saldo para a economia não é positivo. Isso porque, em 2020, o país recuou 4,1%. Ou seja, no fim das contas, o crescimento seria de apenas 0,68%.

“Aí você compara com o crescimento da população, que foi de 0,9%, e percebe que na verdade o PIB per capita está em queda”, ressalta o economista.

Juliana Inhasz, do Insper, ressalta que a economia teve ganhos no último trimestre com a reabertura da economia e o aumento da circulação de pessoas, o que contribuiu para o setor de serviços. No entanto, a alta dos preços administrados, como combustível e conta de luz, somada à inflação dos alimentos, tem reduzido o poder de compra da população.

Pessimismo para 2022

Para 2022, a situação pode se agravar com a chance de avanço da variante Ômicron pelo mundo e as eleições presidenciais no Brasil.

“Geralmente a gente tem um certo otimismo no final do ano, mas desta vez estamos entrando em 2022 esperando um crescimento de praticamente zero. Existe essa profecia autorrealizável na economia, em que quando a perspectiva é ruim, o investimento não acontece, as pessoas gastam menos, as empresas abrem menos vagas. A recessão se retroalimenta”, diz a economista.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, acredita que o país não verá ainda neste ano uma recessão tão forte quanto a do ano passado. No entanto, é possível que haja um cenário mais grave para 2022, por conta das eleições.

“Dado esse cenário mais complicado para a economia, o setor de serviços vem desacelerando no terceiro e quatro trimestres. É uma economia que está parada, está estagnada, e me parece que vai continuar ao longo do ano que vem. Pode acontecer, a depender do cenário político, uma recessão com um pouco mais de gravidade no ano que vem.” As informações são do jornal O Globo.

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