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Brasil Médicos brasileiros defendem o uso da vacina de Oxford para idosos, que alguns países europeus vetaram

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O questionamento com relação à vacina emergiu quando autoridades alemãs decidirem não recomendar o produto para esse subgrupo. (Foto: Reprodução)

A queda-de-braço entre países europeus sobre a recomendação de uso da vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19 para pessoas acima de 65 anos não deve afetar seu uso no Brasil. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o produto é seguro, e sua eficácia já está demonstrada, então o melhor que idosos têm a fazer, quando tiverem aplicação agendada, é se vacinar.

O questionamento com relação à vacina emergiu quando autoridades alemãs decidirem não recomendar o produto para esse subgrupo. A justificativa é que não há informações suficientes sobre sua eficácia nessa faixa etária, que representou só 10% do ensaio clínico.

A decisão da Alemanha foi seguida por França, Suécia, Polônia, Bélgica e Espanha, apesar de a EMA, agência reguladora da União Europeia, endossar a recomendação. O governo britânico defendeu ontem o uso da vacina, citando o último estudo divulgado sobre o imunizante.

“Está absolutamente claro que a vacina da Oxford não somente funciona, mas funciona bem”, disse o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock.

Segundo a SBIm, o questionamento sobre o número menor de pacientes idosos nos testes também se aplicaria à vacina CoronaVac, mas em ambos os casos a recomendação é idosos aceitarem o imunizante no Brasil.

“Nossa posição é que as duas vacinas são seguras e eficazes, e elas devem ser utilizadas para todas as pessoas acima de 18 anos, inclusive os idosos”, diz Juarez Cunha, presidente da entidade.

“Aqui o cenário é diferente do da Europa, que pode ter a opção de aplicar em idosos uma vacina que tenha tido performance melhor, ou que tenha tido um número maior de voluntários testados nessa faixa etária. Nós não temos essa opção”, completou.

A recomendação de uso para as duas vacinas foi mantida também pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. A entidade endossa os termos de registro da vacina de Oxford pela Anvisa e pela EMA (agência da União Europeia), mesmo reconhecendo que ainda seja necessário coletar dados mais específicos de eficácia para idosos.

Subgrupos em questão

A comparação que desfavorece a vacina de Oxford em relação a outras é que a parcela de voluntários acima de 65 anos foi maior nos testes de produtos da Pfizer (20%) e da Moderna (25%).

A diferença não abalou a confiança de médicos da área. A Sociedade Brasileira de Infectologia não se manifestou ainda, mas alguns médicos saíram em defesa.

Professor titular da UFRJ, o infectologista Mauro Schechter distribuiu uma mensagem a colegas e amigos:

“Para todas as vacinas, há poucos dados em pessoas acima de 65 ou abaixo de 18. Simplesmente porque é assim que são feitos todos os estudos. Por motivos legais, éticos e de segurança, não se inclui menores e idosos no começo”, explica o médico.

“A Alemanha decidiu não usar em maiores de 65 por haver poucos dados clínicos e apenas fez extrapolações de alguns dados (para justificar a decisão”, escreveu. “Pelos mesmos motivos, e com os mesmos dados, o Reino Unido decidiu o oposto. Eu tomei a vacina de Oxford. Se pudesse escolher, seria essa que teria tomado mesmo. Tenho 68 anos. Os alemães diriam que sou idiota. Os britânicos, que sou inteligente.”

Segundo Schechter, é prerrogativa da agências regulatórias traçar a linha da cautela onde acham apropriado, mas quando faltam informações é preciso tomar decisões arbitrárias. Elas poderiam, por exemplo, vetar uso da vacina em pacientes de insuficiência renal, não incluídas no estudo, mas não o fizeram.

“Numa situação de emergência, eu não acho razoável fazer isso. Numa situação não emergencial, é discutível”, disse o infectologista. “Se pensarmos, por exemplo, que a vacina da Pfizer só teve 4% dos voluntários de teste com mais de 75 anos, não há dados suficientes sobre esse subgrupo. Mas a Alemanha está liberando a vacina para essa faixa etária mesmo assim.”

Novas informações

A divisão brasileira da AstraZeneca também se pronunciou sobre o caso.

“Os relatos que apontam que a eficácia da vacina AstraZeneca/Oxford é baixa em adultos com mais de 65 anos não retratam dados mais recentes ou da totalidade já avaliada. A eficácia nesta faixa etária é garantida pelos resultados dos estudos atuais, que esperamos serem publicados pela Agência Europeia de Medicamentos nos próximos dias”, informou, em nota.

A companhia farmacêutica destacou também o bom desempenho da vacina em prevenir casos graves de covid-19, mostrados já no primeiro estudo preliminar de eficácia. “A publicação de novembro de 2020 no ‘The Lancet’ demonstrou que os idosos mostraram fortes respostas imunológicas à vacina, com 100% do público alvo gerando anticorpos específicos após a segunda dose”, afirmou.

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