Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2019
Quem possui uma conta no Twitter, pôde acompanhar que, nos últimos dias, a hashtag #MeuExAbusivo subiu nos assuntos mais comentados do Brasil e, desde então não saiu mais dos destaques da rede. Ela chegou até os Trending Topics (lista de assuntos mais comentados no Brasil) após a youtuber Dora Figueiredo lançar a iniciativa pois, como relatou, “estou recebendo todo dia milhares de relatos e sinto que estou perdendo a oportunidade de falarmos abertamente sobre relacionamentos abusivos”.
A hashtag uniu e encorajou um crescente número de mulheres, homens, gays e lésbicas a compartilharem situações a que foram submetidos por seus ex-companheiros, sendo estas físicas ou psíquicas. Os relatos somaram experiências violentas, traumáticas e agressivas, e apontaram sinais clássicos de comportamentos abusivos e de violência psicológica, considerados crimes e defendidos pela Lei Maria da Penha. Qualquer abuso psicológico, moral, sexual, patrimonial ou físico, causado por parceiros, como também por padrasto/madrasta, sogro/sogra, cunhado/cunhada ou agregados, desde que a vítima seja mulher ou transsexual, é enquadrado e considerado criminoso.
Separamos as histórias mais graves, vividas por pessoas de diferentes gêneros.
Dora Figueiredo deu a partida nas postagens:
#MeuExAbusivo falou que não queria ficar mais comigo pq não acreditava que eu iria melhorar da minha depressão, me deu um mês pra melhorar e dois dias depois quando a única pessoa que estava próxima teve uma crise ele terminou comigo. Fiquei meses querendo me matar depois disso
— Dora Figueiredo (@dorafigueiredo) July 30, 2019
#MeuExAbusivo tentei terminar por inúmeras vezes e recebia ameaças de volta. Quando falei que realmente nao dava mais, rasgou e jogou todas minhas roupas fora e me trancou no quarto ate que eu dissesse que ficariamos bem. Aceitou o término só quando o bloquiei e sumi por meses
— Karina Orsolini (@karinaorsolini) July 31, 2019
#MeuExAbusivo fazia chantagem emocional comigo quando eu fazia algo que ele não gostava, me chamou de puta, difamou minha família, se incomodava com os meninos que eu já havia ficado e me culpava por isso, me proibia de postar fotos depois que já tínhamos terminado e etc
— Mottini (@MottiniGabb) July 30, 2019
#MeuExAbusivo dizia nas nossas discussões que minha mãe tinha falecido porque eu não merecia ter uma mãe.
— La Ingra ^^ (@ingrapln) July 30, 2019
#MeuExAbusivo achava correto expor todos os nosso problemas no twitter. E o pior, era ver um monte de pessoas (mulheres na maioria) rindo e achando engraçado ele falar mal da esposa em uma rede aberta. Enquanto isso, eu me sentia cada vez mais oprimida e ridicularizada.
— Peixes com ascendente Escorpião (@tatimpaciente) July 30, 2019
A Secretaria de Políticas para Mulher (SPM) lançou uma campanha que educa e apresenta os principais sinais de um relacionamento abusivo, fazendo a diferenciação para as características de uma relação saudável. Entre ontem (29) e hoje (30), apenas no Rio Grande do Sul, duas mulheres, uma de 18 anos e outra de 26, foram assassinadas pelos seus companheiros. Neste primeiro semestre de 2019, em todo o Brasil, mais de 200 casos de feminicídio foram registrados. Fique atenta a estes sinais e, caso identificar algum comportamento perigoso, denuncie.
(Foto: Reprodução/ SPM)
*Estagiária sob supervisão de Marjana Vargas