Sábado, 07 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2016
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi designado, por sorteio, para analisar um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para investigar o senador Romário (PSB-RJ).
Segundo reportagem publicada pela revista “Época” na última sexta-feira (10), os procuradores da República solicitaram a investigação para apurar suspeita de que o ex-jogador da Seleção teria recebido doação ilegal da construtora Odebrecht para sua campanha ao Senado em 2014.
Ainda de acordo com a reportagem, a construtora teria doado R$ 100 mil ao parlamentar não declarados à Justiça. O senador diz que não recebeu doação da Odebrecht “durante, após campanha ou em qualquer outro momento” (leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria do senador ao final desta reportagem).
Ainda segundo a “Época”, a suspeita sobre Romário surgiu a partir de interceptação de mensagens de celular trocadas entre o presidente afastado do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e um executivo da construtora responsável pelo controle de valores passados a políticos. A PGR suspeita de pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Inicialmente, o pedido de inquérito sobre Romário foi encaminhado para o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava-Jato no STF. No entanto, como Teori avaliou que o caso não tem relação com os desvios de recursos da Petrobras, o pedido do Ministério Público foi redistribuído, por sorteio, para o gabinete ministro Luiz Fux.
Caberá a ele verificar se há indícios mínimos que permitam abrir uma investigação e autorizar o início de diligências. Na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral por Romário, não consta nenhuma doação da Odebrecht. Em nota, o senador diz que todas as doações recebidas em 2014 foram legais e registradas na prestação de contas da campanha e nenhuma delas foi da empreiteira.
“Nunca conversei com Marcelo Odebrecht ou com qualquer pessoa que tenha se identificado como seu emissário. Enquanto candidato, não autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome”, escreveu o senador na nota, acrescentando que pediria esclarecimentos à PGR e à própria construtora.
“Ademais, aguardarei o rápido tramite da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Já disse uma vez e volto a registrar, não vão me meter no meio dessa lama”, finalizou.
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada por Romário:
Recebi com surpresa e indignação a informação de que a Procuradoria Geral da República (PGR) teria pedido uma investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma suposta doação que eu teria recebido após a campanha de 2014 da empresa Odebrecht.
De acordo com a revista, há uma “SUSPEITA” de que a empreiteira “SUPOSTAMENTE” me doou a quantia de R$ 100 mil depois das eleições. O STF ainda irá decidir se inicia uma investigação, motivada pela descoberta de uma troca de mensagens entre Marcelo Odebrecht e uma pessoa identificada como Benedicto Barbosa da Silva Júnior. Que fique claro: não há nenhuma comprovação de que eu tenha recebido qualquer quantia da referida empresa.
Respondi a revista e reforço aqui: Não recebi qualquer doação da Odebrecht. Todas as doações recebidas em 2014 foram legais e registradas na prestação de contas da campanha, nenhuma delas foi da empreiteira.
Nunca conversei com Marcelo Odebrecht ou com qualquer pessoa que tenha se identificado como seu emissário.
Enquanto candidato, não autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome. Amanhã mesmo acionarei a PGR e a Odebrecht para obter esclarecimentos. Ademais, aguardarei o rápido tramite da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos. Já disse uma vez e volto a registrar, não vão me meter no meio dessa lama.