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Saúde Morte de brasileiro que aparece em vídeo de protesto nos Estados Unidos não teve relação com a vacina

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Medida vale para aqueles com 75 anos ou mais e imunossuprimidos acima dos 12 anos.(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

É enganoso o vídeo que mostra um memorial a supostas vítimas da vacina contra a covid-19 ao redor do mundo e que faz menção à morte de um jovem brasileiro. A filmagem, que tem sido compartilhada pelo Telegram, pelo WhatsApp e em redes sociais como Facebook e Instagram, foi feita por uma brasileira durante um protesto de conservadores norte-americanos (o “Freedom Revival”), na cidade de San Diego, nos Estados Unidos, no dia 8 de janeiro. A checagem foi produzida por jornalistas da coalizão do Projeto Comprova, que reúne 24 veículos de comunicação.

Ao caminhar por um gramado, a brasileira mostra dezenas de placas no chão com nomes e fotos de pessoas (a maioria jovens e adolescentes) que teriam morrido por conta de reações adversas da vacina. No vídeo, a mulher chama o local de “cemitério”.

Entre os nomes mostrados está o de um brasileiro de 13 anos, morto no dia 8 de outubro de 2021, na cidade de Vale do Anari (RO), 45 dias após ter tomado a primeira dose da vacina da Pfizer: Weverton Santos Silva. Procurada, a Secretaria de Saúde do município afirmou que repassou todas as informações a respeito do caso para uma comissão de médicos do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com a Anvisa, o caso do menino brasileiro foi investigado e a conclusão foi a de que não houve nenhuma relação entre o óbito e a vacina. Questionada sobre quais fatores efetivamente levaram à morte de Weverton, a Anvisa alegou que não poderia fornecer esse tipo de informação por violar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Em relação às demais placas que aparecem no vídeo, todos os nomes são estrangeiros. Na maioria dos casos, ao pesquisar esses nomes na internet, os buscadores redirecionam para páginas e sites abertamente antivacina, e há pouca ou nenhuma informação em órgãos sanitários e de governo a respeito da correlação dos óbitos com a imunização, de forma que não é possível comprovar a relação das vacinas com essas mortes.

O Comprova não conseguiu identificar quem é a autora do vídeo. Também não houve resposta por parte de um perfil do Telegram que publicou este conteúdo no dia 10 de janeiro.

Para o Comprova, é enganoso o conteúdo que usa dados imprecisos, que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Para identificar o contexto e o local da filmagem, foram feitas buscas no Twitter com frases que aparecem em trechos do vídeo, além de buscas reversas por imagem no Google, a partir de uma captura de tela de um trecho da gravação. O Google Maps e o Google Street View também foram utilizados para confirmar o local da manifestação.

Esses primeiros resultados levaram ao nome “Freedom Revival”, que foi pesquisado no Google e redirecionou a equipe tanto para a página oficial do evento quanto para notícias sobre a manifestação.

Em relação ao caso brasileiro, primeiro, foi feita uma pesquisa nos buscadores da internet com o nome completo da suposta vítima, seguido de termos como “morte após vacina” e “reação vacina covid-19”.

Foram procurados formalmente, por e-mail e telefone, a Secretaria Municipal de Saúde de Vale do Anari, a Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia, a Polícia Civil de Rondônia, o Ministério da Saúde e a Anvisa. Para todos os órgãos foram pedidos esclarecimentos sobre o caso e foi perguntado se era possível fazer a correlação entre o óbito e a dose da vacina.

A equipe obteve retornos do secretário de Saúde de Vale do Anari, Léo Menezes Reyes, do Delegado Regional da Polícia Civil de Ariquemes, Rodrigo Camargo, da assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, e da assessoria de comunicação da Anvisa. O portal da transparência do governo de Rondônia, em que é possível verificar os nomes das pessoas imunizadas no estado, também foi consultado.

A equipe ainda pesquisou nos buscadores de Internet alguns dos nomes estrangeiros que são citados no vídeo do “cemitério”.

Na investigação da Avisa, o óbito foi classificado como tendo “relação temporal inconsistente com imunização”. Essa classificação (“temporal inconsistente”) é nomeada nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) como do tipo “C”.

De acordo com esta versão do Manual de Vigilância Epidemiológico de Eventos Adversos Pós-Vacinação, do Ministério da Saúde, um óbito classificado como “C” deriva de “condições preexistentes ou emergentes causadas por outros fatores e não por vacinas. Exemplos: manifestação ou complicação de uma condição de doença congênita ou hereditária; infecções em geral; evento adverso devido à utilização recente ou concomitante de outras medicações, ou uso de substâncias ilícitas; doenças psicogênicas etc”.

A Anvisa também foi questionada sobre quais fatores pré-existentes no corpo de Weverton fizeram com que o jovem tivesse a morte classificada como “relação inconsistente” com a vacina, mas também alegou desrespeito à LGPD e não pôde fornecer as informações.

A Agência confirmou que a morte do jovem brasileiro aconteceu no último dia 8 de outubro, após parada cardíaca e insuficiência respiratória não identificada. Ainda de acordo com a Anvisa, a mãe da vítima foi ouvida e disse que há histórico familiar de mortes ocorridas em situações semelhantes.

Já o Ministério da Saúde respondeu que, no Brasil, até agora “não há nenhum óbito com causalidade relacionada com as vacinas covid-19 para a faixa etária de 12 a 18 anos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/morte-de-brasileiro-que-aparece-em-video-de-protesto-nos-estados-unidos-nao-teve-relacao-com-a-vacina/ Morte de brasileiro que aparece em vídeo de protesto nos Estados Unidos não teve relação com a vacina 2022-01-17
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