Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2016
Que todo mundo gostaria de mudar algo em si mesmo não é novidade. Mas parece que entre as mulheres esse desejo é ainda mais exacerbado. Uma pesquisa feita pelo Vigilantes do Peso no Reino Unido apontou que, ao menos oito vezes por dia, elas se criticam, apontando os próprios defeitos. A aparência física costuma estar no centro de cobranças desnecessárias, que podem prejudicar a saúde física e emocional.
Segundo especialistas, trabalhar a autoconfiança é a melhor forma de combater a negatividade. “Meninas geralmente são educadas para exercer o papel de cuidadoras. A formação da personalidade tem papel fundamental nas autocríticas das mulheres, pois como boas cuidadoras, elas estão sempre pensando em ser ou fazer o melhor para o outro”, aponta a psicóloga Flávia Freitas. Para a psicóloga Pamela Magalhães, modelos de perfeição, às vezes inatingíveis, veiculados pela mídia também influem na maneira como o sexo feminino se vê.
Assim, dar conta de todas as funções que desempenha – mãe, esposa, profissional – virou questão de honra para a mulher moderna, para que ela se sinta enquadrada em padrões.
Aceitação é possível sem a perfeição.
Por isso, entender que é possível ser aceita mesmo sem ser perfeita é essencial para evitar ansiedade e reduzir o risco de quadros depressivos, por exemplo. Cobranças persistentes também podem causar desânimo, mau humor, timidez, perda de foco e queda de produtividade. Evitar autocríticas desnecessárias, de acordo com Renata Migueis, do Vigilantes do Peso, é importante, inclusive, para o processo de emagrecimento. “Quem é confiante tende a ter resultados mais satisfatórios, porque entende que eventuais deslizes podem ser driblados. Pessoas assim não deixam um lapso virar um colapso”, ressalta.
Segundo o cirurgião plástico Sandro Lemos, membro titular da SBPC (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), é preciso atentar se o excesso de cobranças tem origem no dismorfismo, distúrbio que se caracteriza pela fixação negativa por alguma parte do corpo. “Essa desvalorização acaba interferindo na vida pessoal e profissional”, alerta. (AE)