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Geral Na contramão da maior parte do mundo, a mortalidade cai no Japão no ano da pandemia

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Ataque aconteceu em Akihabara, em 2008; sete pessoas morreram. (Foto: Reprodução)

As mortes no Japão caíram no ano passado pela primeira vez em mais de uma década, um contraste com o enorme número de óbitos registrados em muitos países devido à pandemia da Covid-19 e um sinal de que as medidas contra a disseminação do coronavírus no país tiveram efeitos colaterais positivos.

O Ministério da Saúde informou nesta semana que as mortes no Japão caíram em mais de 9.300 em 2020, chegando a cerca de 1,4 milhão. A pequena diminuição – de 0,7% em relação ao ano anterior – foi uma reviravolta surpreendente para uma nação com a população mais velha do mundo.

Quando o coronavírus começou a se espalhar no início do ano passado, muitos temiam que o grande número de idosos do Japão tornasse o país especialmente vulnerável. Mas o número de casos e mortes ficou muito menor do que nos Estados Unidos e na Europa Ocidental.

Na terça-feira, o Japão havia registrado pouco menos de 7.600 mortes pelo vírus, e a média de sete dias para novos casos era de cerca de 1.200. O número de infecções diárias nunca ultrapassou 8 mil.

Os Estados Unidos, em contraste, registraram mais de 500 mil mortes e 28 milhões de infecções, e o Brasil mais de 10 milhões de casos e mais de 248 mil mortes. Nos EUA, as mortes por outras causas além da Covid-19 também aumentaram, talvez porque as pessoas tenham evitado os centros médicos. A expectativa de vida dos americanos caiu um ano nos primeiros seis meses de 2020, a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial.

Os dados mais recentes do governo japonês não dividem a mortalidade por categoria, então é difícil dizer com certeza o que causou a redução nas mortes. Mas os dados do início do ano sugerem que o fenômeno foi estimulado em grande parte por um declínio drástico nas doenças respiratórias, um provável efeito colateral da adoção quase onipresente no país do uso de máscaras e do distanciamento social.

Embora as máscaras já fossem comuns no Japão, no ano passado elas se tornaram obrigatórias como medida de combate a vírus. O país também adotou amplamente outras medidas para prevenir a transmissão da doença, incluindo a colocação de álcool em gel para as mãos na entrada de praticamente todos os espaços comerciais e locais de trabalho e ampla adesão às recomendações do governo para evitar espaços fechados, aglomerações e contato próximo com outras pessoas.

Um outro fator, embora pequeno, é a diminuição dos acidentes de trânsito, à medida que menos pessoas pegam as estradas, especialmente porque o governo declarou estado de emergência por duas vezes. As mortes por acidentes rodoviários caíram quase 12% em 2020, para 2.839, de acordo com dados mantidos pela Agência Nacional de Polícia. Foi o menor número desde que a agência começou a rastrear os dados em 1948.

Queda também na China

O Japão não está sozinho em ver benefícios colaterais das medidas adotadas contra o coronavírus. As mortes na China caíram ligeiramente nos primeiros três meses de 2020 fora do epicentro do vírus em Wuhan, de acordo com um estudo da Universidade de Oxford e do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças.

Embora a redução nas mortes no Japão tenha sido uma consequência bem-vinda, houve alguns sinais nefastos. O país tem visto um ressurgimento de suicídios, especialmente entre mulheres, com pouco menos de 4% a mais de pessoas tirando suas próprias vidas em 2020 do que no ano anterior. Entre as mulheres, o aumento foi de quase 15%.

Os especialistas ligaram o fenômeno a estresses relacionados à pandemia, incluindo perdas de empregos, o aumento do isolamento das pessoas e os crescentes encargos domésticos suportados pelas mulheres.

A população do Japão também continuou a diminuir, apesar do declínio nas mortes em geral. O país, que começou a encolher em 2007 devido à queda nas taxas de natalidade e ao aumento da proporção de idosos, perdeu mais de 511 mil pessoas em 2020, uma ligeira aceleração em relação ao ano anterior.

Os nascimentos caíram mais uma vez no ano passado, sugerindo que a pandemia provavelmente acelerará o despovoamento do Japão. De acordo com as projeções do governo, a população, que agora é de 126 milhões, cairá para menos de 100 milhões em 2053 e para 88 milhões em 2065. As informações são do jornal The New York Times.

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