Quarta-feira, 15 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2016
“Preciso de paz para elaborar meu discurso”. Foi essa a frase que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse a aliados que o procuraram minutos depois que ele deixou o batalhão de trânsito da PM do DF, na noite desta sexta-feira (19), após 87 dias preso sob acusação de obstruir a Operação Lava-Jato.
Advogados e interlocutores entenderam a sentença como senha para não procurar o senador pelo menos até as vésperas de terça-feira (23), quando ele pretende ir ao plenário do Senado Federal fazer uma fala emotiva, na qual vai dizer que é “inocente” e que foi “vítima de uma armadilha”.
Preso desde 25 de novembro, Delcídio está recolhido na casa de amigos de sua família, em Brasília, acompanhado de sua mulher, Maika, de sua mãe, Rosely, e de duas de suas três filhas. Ele pretende usar o fim de semana para descansar e acertar os pontos do discurso que vai inaugurar sua volta ao Congresso. Não está descartada uma coletiva de imprensa para que o petista faça sua defesa.
Antes de sair da prisão, Delcídio foi questionado por um oficial de Justiça sobre em qual endereço permaneceria em Brasília. O senador, que podia apresentar duas opções, deu as orientações do hotel em que morava antes de ser preso e as de outra residência, para a qual se dirigiu e que a família pretende manter em sigilo.
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu prender o senador baseado em uma gravação feita por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Na conversa, um plano de fuga para a Espanha foi proposto por Delcídio, além de uma mesada de 50 mil reais, em troca de Cerveró desistir de fazer delação premiada. (Folhapress)