Segunda-feira, 30 de junho de 2025

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Geral Novo presidente da Argentina assume no dia 10 e aumenta a expectativa sobre como ficará a relação do país com o Brasil

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Com a promessa de ruptura, Javier Milei conquistou uma vitória expressiva sobre o candidato do peronismo. (Foto: Reprodução)

Pela primeira vez desde a redemocratização, a Argentina não será governada por um peronista ou pela oposição tradicional de centro-direita. Com a promessa de realizar cortes radicais para reduzir o tamanho do Estado argentino, o libertário Javier Milei, um neófito na política local, rompeu a bolha e será o novo presidente do país a partir de 10 de dezembro.

“Hoje começa o fim da decadência argentina”, disse Milei, em seu primeiro discurso como presidente eleito. “Sabemos que tem gente que vai resistir, que quer manter privilégios. Para eles eu digo: dentro da lei tudo, fora dela, nada.” Aplaudido, ele terminou com o mantra de sua campanha. “Viva la libertad, carajo!”

O grande feito de Milei foi derrotar o governista Sergio Massa sem contar com a máquina peronista, especialmente o apoio de prefeitos e governadores espalhados pela Argentina. E fez com certa facilidade: 55,7% dos votos a 44,3%.

A sensação de vitória já era palpável bem cedo, antes da divulgação do resultado. No Hotel Libertador, na região central da capital argentina, o libertário acompanhou a apuração cercado de aliados e reconheceu que as eleições “foram transparentes” – um contraste com a véspera da votação, quando sua campanha havia questionado o sistema eleitoral, mesmo sem apresentar evidências de fraude.

Antes de a campanha começar, Milei era um candidato improvável. Para ocupar a Casa Rosada, primeiro ele teria de derrubar a oposição tradicional, a centro-direita capitaneada pelo ex-presidente Mauricio Macri, que carregava a bandeira do antiperonismo.

Desde o início, Milei se apresentou como uma figura estranha, de fora do sistema, que minimizava o impacto da ditadura militar em um país traumatizado por ela. Com um cabelo cuidadosamente despenteado e costeletas de Elvis Presley, ele empunhava uma motosserra com a qual cortaria o tamanho do Estado, exterminando ministérios. Em sua lista de promessas estão a dolarização e o fim do Banco Central.

Para a surpresa do establishment, ele deixou para trás Patricia Bullrich, candidata do macrismo, e foi para a disputa do segundo contra Massa, o ministro da Economia de um governo impopular, chefiado por Alberto Fernández, que deixa de herança uma inflação anual de 140% e uma taxa de pobreza que afeta 40% da população.

Para derrotar Massa, Milei moderou seu discurso e buscou apoio de Bullrich e Macri. Na reta final, tentou se esquivar das bombas que ele mesmo montou, desdizendo algumas ideias lançadas durante a campanha. Depois de sugerir a liberação da venda de armas, disse que o tema não fazia parte de sua plataforma. Propôs liberar a venda de órgãos, mas recuou no último debate presidencial.

Governar, no entanto, será mais difícil que ser candidato, principalmente com um Congresso hostil. Para o sociólogo Carlos De Angelis, da Universidade de Buenos Aires, as propostas radicais de Milei devem ser moduladas. “Ele propôs a redução para um terço do que é o Estado atual”, disse. “Não consigo imaginar que essa transição aconteça em paz ou de forma tranquila do ponto de vista econômico.”

Na Casa Rosada, Milei levanta outras dúvidas, que não se restringem apenas à viabilidade de sua agenda econômica ultraliberal. A principal delas é o futuro da relação com o Brasil. O libertário não esconde sua antipatia pelo Mercosul e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chama de “comunista”.

O Brasil, porém, é o maior parceiro comercial da Argentina, uma interdependência com impacto nos dois lados da fronteira. O próprio Milei já tratou de conter os rumores de que pretende romper relações com Brasília, afirmando que prefere que os laços sejam levados adiante por empresários.

A simpatia do governo brasileiro por Massa – explícita durante a campanha – pode criar ruídos na relação. Por outro lado, o peronismo, historicamente protecionista, era muitas vezes um entrave à integração. O futuro agora está na habilidade de Milei governar sem olhar para o retrovisor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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