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Brasil Um brasileiro acusado de assédio sexual anunciou a sua saída da ONU

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A polêmica envolvendo Luiz Loures começou depois que uma subordinada denunciou assédio sexual. (Foto: Divulgação/ONU)

Diretor-adjunto do Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), o brasileiro Luiz Loures, anunciou que deixará o cargo. Ele foi alvo de investigação depois que uma funcionária o acusou de assédio e agressão sexual em um elevador durante uma viagem de trabalho. Ao fim do inquérito interno da ONU (Organização das Nações Unidas), Loures foi absolvido das acusações. Segundo o programa, a decisão dele de sair do posto não tem relação com a acusação.

O brasileiro “comunicou ao diretor-executivo da Unaids seu desejo de não se candidatar para a renovação do cargo”, disse a entidade em um comunicado, acrescentando que Loures “terminará suas funções como diretor-executivo-adjunto no final de março de 2018”.

A polêmica envolvendo Loures começou depois que uma subordinada apresentou uma denúncia formal em novembro de 2016, alegando que ele a assediava sexualmente desde 2011. Segundo ela, o dirigente teria concretizado o abuso no elevador de um hotel de Bangcoc em 2015, onde a Unaids estava organizando uma conferência.

A investigação interna realizada pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna, da OMS (Organização Mundial de Saúde), braço da ONU que dá apoio administrativo ao programa, concluiu que não havia provas suficientes para apoiar as acusações. Ativistas e especialistas legais questionaram, porém, a credibilidade da investigação, insistindo em que não foram consideradas evidências circunstanciais importantes.

O diretor da Unaids, Michel Sidibé, foi acusado pelo Escritório de Serviços de Supervisão Interna de tentar abafar o caso, mesmo se tratando de uma investigação oficial. O afastamento de Loures vem um dia após o subdiretor do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Justin Forsyth, ter renunciado ao cargo. Ele foi acusado de manter conduta inadequada com mulheres quando trabalhava na organização britânica Save The Children.

Questionado pelo jornal O Globo sobre as denúncias, Loures respondeu, por e-mail, que não poderia dar detalhes. “Quanto a detalhes da denúncia e da investigação, não posso falar muito pois ainda estou sob as restrições do acordo de confidencialidade, mesmo porque continuo na minha posição de vice-diretor executivo do Unaids pelo menos até o fim de março. Mas posso dizer que o processo foi bastante rigoroso e independente, não deixando dúvidas de que o caso está fechado e sou inocente. Foram muitas idas e vindas em dois anos de apuração numa investigação muito séria que não foi conduzida por burocratas, mas por pessoas especializadas em casos assim, sem nenhum tipo de influência ou pressão da parte da direção do Unaids ou da ONU.”

Sobre sua saída do Unaids, relatou: “Me juntei ao Unaids desde o início do programa, em 1996, fazendo parte de sua primeira equipe, e depois de 22 anos já estava pensando que tinha cumprido meu ciclo. Tem momentos na vida que chega a hora de se mexer, mas claro que o impacto da denúncia e sua repercussão, mesmo eu tendo sido declarado inocente, acabaram acelerando um pouco este movimento.”

Abordando seus planos para a futuro, ele disse que pretende continuar em ações humanitárias. “O mundo não está ficando melhor. Pelo contrário, está mais problemático e em sofrimento. São desafios por todos os lados, conflitos, migração, refugiados, mudanças climáticas. Tudo isso exige mais e mais atuação humanitária, e é o que pretendo continuar a fazer. Quero fazer algo a respeito de tudo isso que está acontecendo no mundo, só que menos burocrata e mais próximo da ponta, de quem precisa. Onde e como, porém, ainda não sei, e é o que vou trabalhar a partir de agora.”

 

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