Sexta-feira, 10 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2015
Apesar de cobrar reduções maiores nas despesas do governo, o Congresso aprovou em 2015 projetos que, se entrarem em vigor, levarão a um gasto extra anual de 22 bilhões de reais, que praticamente anula o corte proposto pelo governo Dilma para tentar equilibrar o Orçamento em 2016, que é de 26 bilhões de reais.
Sob a liderança dos presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os congressistas abriram os cofres públicos principalmente para os funcionários públicos e os aposentados.
Três dos projetos aprovados foram barrados pela caneta presidencial, mas poderão entrar em vigor na próxima terça-feira. O Palácio do Planalto e congressistas consideram grandes as chances de a presidenta ser derrotada nessas votações, o que contribuiria para aumentar as desconfianças sobre sua capacidade de reequilibrar as contas públicas.
Um dos grandes temores do Executivo é o projeto que dá reajuste salarial médio de 59,5% aos servidores do Judiciário nos próximos quatro anos. O impacto previsto pelo Planalto é de 25,7 bilhões de reais até 2018 e de 10 bilhões de reais por ano daí em diante. Os partidos que dão sustentação a Dilma no Congresso têm no papel número suficiente para evitar uma derrota, mas, na prática, sua fidelidade foi corroída pela baixíssima popularidade pelas trombadas políticas dos últimos meses.
Outros dois projetos da pauta-bomba, vetados por Dilma, são o que estende a todos os aposentados a política de valorização do salário mínimo e o que cria uma alternativa ao chamado fator previdenciário, mecanismo que reduz o valor de aposentadorias precoces. A primeira medida, por si só, acarretaria um custo extra de 135 bilhões de reais até 2030. (Folhapress)