Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2021
O Banco Central (BC) começou a implementar, nessa segunda-feira (1º), o Open Banking, um sistema que vai permitir o compartilhamento de dados entre instituições financeiras, com o objetivo de estimular a competição e possibilitar a oferta de produtos e serviços personalizados para os clientes.
Na autoridade monetária, quem lidera esse processo é o diretor de Regulação, Otávio Damaso, que, afirmou que a ideia é dar ao consumidor o poder sobre seus dados, o que deve ampliar as opções de produtos e diminuir preços.
1) Qual é a ideia central do Open Banking?
O Open Banking empodera o cliente, coloca o cliente como piloto do carro, na frente, tomando as decisões sobre sua jornada financeira e com total controle sobre ela.
A grande expectativa é que o Open Banking traga produtos e serviços financeiros cada vez mais customizados para o consumidor.
Por exemplo, hoje em dia, você é cliente de uma instituição financeira, tem um leque de produtos, mas muitos são padronizados e, às vezes, você identifica que outra instituição financeira tem um produto mais adequado a sua necessidade, a seu perfil, mas você não quer sair da instituição onde está.
O Open Banking vai permitir essa interação maior, de consumir produtos e serviços financeiros conforme suas necessidades. As próprias instituições financeiras vão passar a entender melhor o cliente para ofertar produtos customizados.
Naturalmente, isso é um instrumento fomentador da competição. A expectativa é que não só os produtos fiquem melhores, mais personalizados, mas que o cliente tenha acesso a produtos mais baratos, com aumento da concorrência.
2) O cliente vai conseguir sentir uma diferença já a partir desta semana ou será mais a longo prazo?
Na primeira fase do Open Banking, o Banco Central determina que as instituições financeiras disponibilizem, de uma forma padronizada, digitalizada,informações sobre produtos, serviços e canais de comunicação.
Essa primeira fase é muito focada em como as instituições financeiras e as fintechs vão passar a olhar para uma instituição e falar: essa tem um serviço e vende esse serviço na faixa de preço entre tanto e tanto, o canal de distribuição que ela usa é esse e aquele, então eu acho que consigo oferecer um produto melhor para o público-alvo dessa instituição financeira. É uma fase em que o cliente se beneficia indiretamente.
3) O compartilhamento de dados é central no Open Banking. Como garantir a segurança?
O Open Banking é um sistema plenamente seguro. Primeiro, o Banco Central está no comando desse processo, olhando as ferramentas que estão sendo desenvolvidas. Um aspecto relevante é que participam do Open Banking apenas instituições autorizadas, reguladas e supervisionadas pelo Banco Central.
Mesmo que um cliente autorize que a informação dele vá da instituição A para B, está indo para instituições que o Banco Central está monitorando e supervisionando. Se cometer algum tipo de deslize, eu vou poder punir.
Segundo ponto, ele está sendo feito com todo rigor na parte de segurança, assim como todos os sistemas que o Banco Central desenvolve, no âmbito de sistema de pagamento, de transferência de recursos.