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Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2019
O presidente liberal argentino, Mauricio Macri, reforçou na quinta-feira (15) seu pacote de medidas de alívio diante da esperada disparada da inflação, eliminando o imposto sobre vendas (IVA) dos alimentos básicos, a dois meses e meio do pleito no qual buscará sua reeleição. As informações são das agências de notícias AFP e Efe.
“Vamos eliminar o Imposto ao Valor Agregado (IVA) do pão, do leite e de outros alimentos”, anunciou o mandatário nas redes sociais, em outra reação às turbulências cambiais após sua derrota nas eleições primárias de domingo – que levaram a uma desvalorização do peso de mais de 20%.
Outros produtos alimentícios que vão ter o tributo sobre o consumo zerado até dezembro são o óleo de girassol, o açúcar, as massas secas, o arroz, a farinha de trigo, a polenta, a erva mate (de infusão), as conservas, o iogurte e os ovos, explicou em entrevista coletiva o ministro de Produção, Dante Sica.
O objetivo é “controlar os aumentos de preços” que virão com a desvalorização do peso.
Até julho, a Argentina acumula inflação de 25,1%, uma das mais altas do mundo.
Sica esclareceu que a medida não implicará em uma redução automátiva dos preços e anunciou que a pasta “fará controles com seus inspetores” nos postos de venda.
A redução do IVA sobre a comida é um pleito histórico da central sindical CGT, dps movimentos sociais e dos partidos de centro e de esquerda.
Até então, Macri classificava este tipo de demandas como “populismo e demagogia”, especialmente ao se referir ao seu principal rival na corrida presidencial, o kirchnerista Alberto Fernández.
“Isto não é demagogia, nem (medida) eleitoreira”, disse Sica.
Macri lançou, nesta semana, um pacote de medidas para aliviar a classe média, atingida pela crise econômica, que inclui bônus salariais e redução no imposto de renda.
Combustíveis
O governo da Argentina formalizou nesta sexta-feira (16) a decisão de congelar por 90 dias o preço dos combustíveis, uma das medidas adotadas para atenuar os efeitos da crise financeira agravada nesta semana.
Em um decreto publicado no Boletim Oficial, o Executivo de Mauricio Macri definiu que as entregas de petróleo efetuadas no mercado local durante os próximos 90 dias deverão ser faturadas e pagas ao preço acertado entre as empresas produtoras e de refinamento no último dia 9.
“Sobre o resultado das eleições, sabiam que lhes entendi. Que isso tenha ocorrido é pura e exclusivamente responsabilidade minha e de minha equipe de governo’, afirmou Macri, que tenta se reeleger para permanecer mais quatro anos na Casa Rosada.
O pacote econômico, segundo o presidente, será um “alívio” 17 milhões de pessoas. Macri disse que deu preferência à aprovação de reformas estruturais para ter uma economia de base sólida, mas que ouviu o recado dos argentinos nas urnas e resolveu atendê-los.