Quarta-feira, 02 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2020
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, recebeu alta na sexta-feira (14) e deixou o hospital, segundo informou a assessoria de imprensa do Tribunal. Toffoli foi internado no dia 9 de agosto com pneumonite alérgica e ficou em observação no Hospital DFStar, em Brasília. Apesar do período de internação, ele continuou trabalhando, sem entrar de licença médica.
Segundo boletim médico, o quadro de enfermidade pode ter sido causado por fungos, ácaros ou bactérias dos aparelhos de ar-condicionado do STF. O hospital informou que notificou o Supremo Tribunal Federal e sugeriu a realização de um estudo do ambiente de trabalho, com a coleta de materiais e avaliação do sistema predial de ar condicionado.
Essa é a terceira vez que Toffoli foi internado neste ano. Em maio, ele foi submetido a uma cirurgia para a drenagem de um abscesso. Em julho, o ministro bateu com a cabeça em uma queda em casa e precisou de sutura.
Agência de Inteligência
A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou para impor limites à atuação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A decisão envolve os pedidos de compartilhamento de dados dos 42 órgãos que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) – como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Banco Central e a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) do Ministério da Justiça.
A maioria do Supremo entendeu que todo e qualquer pedido de compartilhamento de informações feito pela Abin deve ocorrer apenas quando ficar evidenciado o interesse público da medida e barrou o envio de dados que somente podem ser obtidos com prévia autorização judicial, como quebra de sigilo e escutas telefônicas.
A discórdia gira em torno de um decreto assinado no mês passado pelo presidente Jair Bolsonaro que fez mudanças na estrutura da Abin, ampliando o número de cargos de confiança e criando uma nova unidade, o Centro de Inteligência Nacional. O texto está previsto para entrar em vigor nesta segunda-feira (17).
A Rede Sustentabilidade e o PSB acionaram o Supremo alegando que a medida – classificada pelos partidos como mais um dos “abusos do governo federal” – deixou de limitar as hipóteses de requisição de informações por parte da agência, bastando uma pedido do diretor-geral da Abin para obter plenos conhecimento de informações sigilosas.
“Não estamos aqui a cuidar de Abin paralela. Por uma razão simples: inteligência está posta como uma atividade necessária. Arapongagem, pra usar uma expressão vulgar, mas no dicionário, essa atividade não é direito, é crime. Praticado pelo estado, é ilícito gravíssimo. O agente que adota prática de solicitação de dados específicos sobre quem quer que seja fora dos limites da legalidade comete crime. Não é do que estamos falando”, frisou a relatora da ação, ministra Cármen Lúcia.
“Qualquer fornecimento de informação mesmo entre órgãos públicos que não cumpram rigores formais do direito e nem atendam ao interesse público configura abuso de direito e contraria a finalidade legítima posta na lei da abin. Mecanismos legais de compartilhamento de dados e informações são postos para abrigar o interesse público, não para abrigar interesses particulares. Solicitação de informações da Abin a órgãos devem ser acompanhados de motivação. Não é possível ter como automática a requisição sem que se saiba por que e para quê”, frisou Cármen Lúcia.