Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2019
A Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), agência governamental responsável por controlar a telecomunicação da Venezuela, bloqueou no sábado (13) o sinal da DW (Deutsche Welle) em espanhol da rede de cabo.
O diretor-geral da Deutsche Welle, Peter Limbourg, pediu à administração venezuelana para restaurar o sinal do canal. “Faremos todo o possível para que nossos telespectadores continuem sendo informados”, disse Limbourg.
O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP, na sigla espanhol) condenou a decisão em sua conta no Twitter.
Para driblar a situação, a emissora passou a disponibilizar sua programação pelo seu site e via YouTube.
Apagões na Venezuela
O país enfrenta uma série de apagões elétricos desde o dia 7 de março, o que compromete o abastecimento de água, as comunicações e o comércio.
A queda de energia mais recente ocorreu no fim de março, afetando Caracas e pelo menos 20 dos 23 estados do país.
O ditador Nicolás Maduro anunciou no último dia 31 um plano de racionamento de energia na Venezuela que durará ao menos um mês.
O governo também anunciou a suspensão das aulas e atividades escolares e determinou que o expediente de trabalho deverá ser encerrado às 14h no setor público e nas empresas. O comunicado não informou até quando essa medida será mantida.
“Aprovei um plano de 30 dias de um regime de administração de carga, de equilíbrio no processo de geração, de transmissão e de consumo [de energia] em todo o país, colocando ênfase em garantir o serviço de água”, disse Maduro.
Acompanhado por ministros e pelo alto comando militar, Maduro transmitiu a mensagem em cadeia de rádio e TV, embora tenha reconhecido que muitos venezuelanos não poderiam vê-lo porque seguiam sem eletricidade na noite do domingo.
“Temos administrado uma situação muito grave porque o golpe afetou a capacidade de geração de Guri”, disse o ditador, citando a principal hidrelétrica do país.
Maduro reiterou que as falhas teriam sido causadas pelo que chamou de ataques terroristas realizados a mando de países estrangeiros. “Estes são golpes de uma guerra elétrica para deixar o país louco”, afirmou Maduro.
O governo não detalhou como funcionará o racionamento, que entrou em vigor já no dia 31, dia em que novos protestos contra os apagões foram realizados em Caracas. As manifestações foram reprimidas por milícias ligadas a Maduro, os chamados coletivos.
“Não existe tal racionamento. Simplesmente eles não têm como solucionar a crise: neste momento há cidades como Valência e muitas mais sem luz”, acusou nas redes sociais o líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.
O país enfrenta uma série de apagões elétricos desde o dia 7 de março, o que compromete o abastecimento de água, as comunicações e o comércio.