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Saúde Origem do coronavírus: saiba por que a teoria do vazamento de laboratório é importante

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Ao longo da última semana, Pelotas apresentou aumento de 24,1% de internações em leitos clínicos, entre suspeitos e confirmados. (Foto: Reprodução)

No Long Bets, website onde especialistas testam sua determinação fazendo apostas reais em prognósticos (ou pelo menos recursos doados para instituições beneficentes) há uma aposta em aberto entre o astrofísico britânico Martin Rees, um conhecido combatente sobre um possível apocalipse, e Steven Pinker da universidade de Harvard, famoso por seu excessivo otimismo. Para Rees vencer, a previsão a seguir tem de ser comprovada: “um terror biológico, ou um erro biológico, levará a um milhão de vítimas num único evento dentro de um período de seis meses, começando não depois de 31 de dezembro de 2020”.

A aposta foi feita para o período de 2017 a 2020; você observará que este lapso de tempo expirou. Mas continua pendente, e vai depender de uma solução da questão que a mídia ocidental decidiu finalmente levar a sério: o vírus causador da covid-19 de algum modo escapou acidentalmente do Instituto de Virologia de Wuhan e não saltou de morcegos ou pangolins para o Paciente Zero humano?

Se você vem se perguntando até que ponto a hipótese de um vazamento do vírus de um laboratório realmente é importante e o que na verdade está em jogo, eis uma resposta: os US$ 400 que Rees apostou contra Pinker no tocante às capacidades autodestrutivas da raça humana.

Há outras, também, antes de retornarmos ao que a aposta representa. Na semana passada, o governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, ordenou que fossem intensificadas as investigações sobre as origens da covid-19, e o mais duro comentário sobre a teoria do vazamento assumiu a forma de críticas na mídia de liberais contrários como Matthew Yglesias e Jonathan Chait.

Eles tentaram explicar como uma teoria que sempre foi circunstancialmente plausível – uma vez que a pandemia teve início a mais de 1.600 quilômetros do habitat dos morcegos onde vírus similares foram descobertos, mas a poucos passos de um importante laboratório que realiza estudos sobre coronavírus – foi tratada por tão longo tempo como pura teoria de conspiração pelos serviços de mídia tradicionais e provedores de alertas de conteúdo no Facebook.

O argumento que oferecem é que esse era um caso digno de estudo pelos pensadores da mídia, especialmente a maneira que instituições aparentemente neutras encobrem cada vez mais assuntos controversos, como afirma Chait, “baseadas inteiramente em como acham que os atores políticos usarão a resposta”.

Neste caso, como a teoria do vazamento de um laboratório inicialmente foi associada a membros do Congresso contrários à China, diante da proeminência de publicações conservadoras (Jim Graghty da National Review tem sido uma voz essencial e imparcial sobre o assunto) e eventualmente aproveitada pelo governo Trump, houve uma pressão entre os jornalistas, que cobriam a história e especialistas no Twitter que opinaram a respeito – no sentido de colocar a possibilidade num box do QAnon e deixá-la ali.

Deixo para o leitor analisar como uma pressão similar se manifesta em outras áreas, desde a disparada de assassinatos em 2020-21 ao recente aumento da violência antissemita, casos em que os jornalistas desejariam evitar fazer concessões às interpretações conservadoras da realidade.

Mas permita-me oferecer um aditamento à crítica da mídia. Uma mudança chave do jornalismo tradicional na era Trump foi o impulso para dizer ao leitor exatamente o que ele deve pensar, por temor de deixar qualquer coisa ambígua no sentido de que foi feita uma concessão à demagogia da direita.

Se nunca entendermos a verdade sobre as origens da covid-19, os perigos do pensamento de grupo da mídia serão a única lição que teremos como absolutamente certos. Mas se conseguirmos encontrar a verdade e descobrirmos que o Instituto de Virologia de Wuhan realmente foi o epicentro de uma pandemia jamais vista num século, a revelação em si será um importante evento científico e político.

Em primeiro lugar, na medida em que os Estados Unidos estão engajados num conflito de propaganda e de poder brando com o regime de Pequim, existe uma grande diferença entre um mundo em que o regime chinês pode dizer, “Não fomos os responsáveis, mas esmagamos o vírus e o Ocidente não conseguiu, porque somos fortes e eles são decadentes, e um mundo que este foi basicamente o seu Chernobyl, salvo que sua incompetência e o acobertamento do fato levou a doença não só para as suas próprias cidades, mas também para o mundo inteiro.

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https://www.osul.com.br/origem-do-coronavirus-saiba-por-que-a-teoria-do-vazamento-de-laboratorio-e-importante/ Origem do coronavírus: saiba por que a teoria do vazamento de laboratório é importante 2021-06-01
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