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| Os carros que funcionam sem motorista têm apenas um problema: os seres humanos

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Engenheiros argumentam que o gênio dos carros autoguiados é sua conectividade. (Crédito: Reprodução)

Para os defensores dos carros autônomos, eles precisam chegar o quanto antes. Os convencionais são ineficientes, perigosos e sujos. Passam 95% de suas vidas ociosos. Quando se movimentam, muitas vezes colidem, matando 3,5 mil pessoas por dia.

Mas dois obstáculos bloqueiam sua adoção generalizada. O primeiro é tecnológico. Continua a ser difícil reproduzir as capacidades sensórias dos seres humanos. Como um carro poderá distinguir entre um saco plástico soprado à rua pelo vento e um cachorro fujão? Como um carro autoguiado abriria caminho entre uma multidão de torcedores do lado de fora de um estádio de futebol?

Engenheiros argumentam que o gênio dos carros autoguiados é sua conectividade. “Quando humanos cometem um erro, um indivíduo aprende sobre ele”, diz um pioneiro do Vale do Silício (EUA). “Quando um carro autoguiado comete um erro, todos os demais carros aprenderão sobre ele, assim que um engenheiro o corrija. Será questão de tempo para que a tecnologia supere a capacidade humana.”

Mas os céticos comparam a tecnologia dos carros autônomos à dicotomia de Zenão: cada novo salto reduzirá a distância que nos separa do objetivo à metade, mas ainda assim nunca chegaremos a ele. Não importa o quanto as tarefas tecnológicas se provem difíceis, elas podem ainda assim ser a parte mais fácil da equação. O desafio mais complicado continua a ser o ser humano. Mesmo quando forem desenvolvidos carros completamente autoguiados nos quais tenham completa confiança, ainda assim vai levar anos para que governos e consumidores os aceitem completamente.

Primeiro, há a instintiva resistência humana a entregar o controle a um robô, especialmente se levarmos em conta o medo de ações de hackers. Segundo, para muitos motoristas, o carro é uma extensão de sua identidade, um símbolo mecânico de independência. Eles não os abandonarão facilmente.

Terceiro, os robôs terão sempre de satisfazer padrões de segurança muito mais elevados que os seres humanos. E terão de ser programados para fazer cálculos que podem resultar na morte dos passageiros ou de transeuntes, em nome de minimizar o total de vidas perdidas. Isso criará uma subescola científica de moralidade algorítmica.

Quarto, os veículos autônomos poderiam destruir milhões de empregos. Quinto, o setor de seguros e o mundo do direito terão de decidir questões complicadas de responsabilidade judicial. Em que circunstâncias o proprietário do carro, o fabricante ou o engenheiro de software seria responsável pelo dano?

Os visionários dos carros autoguiados podem vir a ser capazes de aperfeiçoar a tecnologia. Mas o sucesso da ideia talvez venha a ser determinado pela competência deles – tomando de empréstimo o jargão stalinista – como engenheiros de almas.

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https://www.osul.com.br/os-carros-que-funcionam-sem-motorista-tem-apenas-um-problema-os-seres-humanos/ Os carros que funcionam sem motorista têm apenas um problema: os seres humanos 2016-09-10
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