Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2022
O sistema de metrô de Nova York, onde um ataque a tiros nesta terça-feira deixou ao menos 16 feridos, vem enfrentando um salto em crime e desordem.
Em 2021, as taxas de crimes violentos no metrô por um milhão de passageiros em dias úteis aumentaram em comparação com 2019, antes da pandemia. No caso de agressões criminais, houve um crescimento de quase 25%.
O aumento da criminalidade continuou mesmo depois que o prefeito Eric Adams revelou planos em janeiro para enviar centenas de policiais para inspecionar regularmente estações de metrô e redistribuir policiais para os trens. Em janeiro e fevereiro, agressões criminais aumentaram 10% em relação ao mesmo período do ano passado.
Poucas semanas depois que uma mulher morreu após ser empurrada na frente de um trem em meados de janeiro, um morador de rua foi acusado de seu assassinato, Adams anunciou planos para impedir que moradores de rua se abrigassem no metrô e em plataformas e para que a polícia despejasse as pessoas que não estão usando os trens para transporte.
O número de passageiros do metrô também foi prejudicado pela mudança para o trabalho remoto – uma mudança radical gerada pela pandemia da Covid e que parece permanente, ameaçando a saúde fiscal do sistema de metrô.
A segurança, porém, continua sendo uma preocupação primordial para as pessoas que ainda não voltaram a utilizar o metrô. Em uma pesquisa recente da Autoridade Metropolitana de Transporte, que administra o meio de transporte de Nova York, o medo de crimes e de assédio foi o principal fator citado por ex-passageiros que deixaram o metrô: 90% deles disseram que esse era um fator importante em sua decisão de retornar a utilizar o meio de transporte.
Na terceira semana de março – a mais recente com estatísticas disponíveis – o metrô teve uma média de cerca de 3,2 milhões de passageiros por dia útil, cerca de 58% da média pré-pandemia. Esse é um aumento significativo em relação aos 1,8 milhão de passageiros por dia útil na mesma semana de 2021, mas ainda muito longe da média pré-pandêmica de mais de 5 milhões de passageiros.
Estatísticas
Nova York acompanha essa alta da criminalidade. Mais de 360 pessoas foram baleadas neste ano na cidade, em 322 incidentes envolvendo armas, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Polícia de Nova York (NYPD) no domingo (10).
O número de tiroteios na cidade aumentou em 8,4%, de 297 para 322, em comparação com o ano anterior, segundo as informações. O número de feridos nesses tiroteios aumentou de 332 para 363 de 2020 para 2021.
Ao longo dos últimos dois anos, os tiroteios em Nova York aumentaram em 72,2%, e as vítimas desses incidentes em 70,4%.
O crime no trânsito, de forma geral, aumentou em 68% em comparação ao ano passado, números que se aproximam daqueles pré-pandemia. Um total de 617 crimes foram reportados neste ano, em comparação a 367 durante o mesmo período do ano passado, de acordo com sumário de estatísticas da NYPD.
Incluindo o ataque desta terça-feira, ocorreram 131 tiroteios em massa nos Estados Unidos neste ano, de acordo com o Arquivo de Violência Armada, uma organização sem fins lucrativos que monitora mortes e feridos por tiros. Esses ataques deixaram 141 mortos e 547 feridos.