Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2016
O novo ministro da Transparência, Controle e Fiscalização, Torquato Jardim, avaliou que atualmente os partidos políticos no Brasil são “uma central de negócios” e reagiu com ceticismo à possibilidade da Operação Lava-Jato trazer mudanças à cultura da corrupção no País. Em entrevista ao jornal Diário do Povo do Piauí, concedida no final do mês passado e antes de ser convidado para assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios, o ministro avaliou que não há mais ideologia partidária e que se formou no Congresso Nacional um centrão “para fazer pressão ao governo para conseguir mais cargos”.
“Partido político hoje é uma central de negócios. Todos têm o mesmo programa. Todos têm o mesmo propósito. Todos querem a mesma coisa, varia o mecanismo de um ou de outro. E outros nem mecanismo têm”, disse. As declarações do ministro foram confirmadas pela assessoria de imprensa do Ministério da Transparência, Controle e Fiscalização.
Sobre a Lava-Jato, o ministro lembrou que, mesmo após o impeachment de Fernando Collor e após as condenações do mensalão, continuaram a acontecer escândalos de corrupção.
“O que mudou com o impeachment de Fernando Collor? O que mudou no Brasil depois da CPI do Orçamento quando os sete anões foram cassados? O que mudou com o mensalão? O que vai mudar com a Operação Lava-Jato?”, questionou.
Na entrevista, ele disse ser contra a reeleição para cargos do Poder Executivo e disse ela é um dispositivo que é sinônimo de corrupção.
“A reeleição no Brasil é sinônimo de corrupção. Foi um momento triste da história do Brasil. O projeto era para a reeleição apenas do presidente Fernando Henrique Cardoso. Não houve maioria no Congresso Nacional, então se estendeu para governadores e prefeitos”, disse. (Folhapress)