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Geral Biden x Trump: como os protestos nas universidades americanas a respeito da guerra em Gaza podem afetar a eleição deste ano nos Estados Unidos

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Na foto, acampamento de manifestantes no campus da Universidade Columbia. (Foto: Reprodução)

Há mais de uma semana, uma onda de protestos atinge algumas das universidades de maior prestígio dos Estados Unidos, como Columbia, Harvard e Yale. Os manifestantes são contra a atuação de Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza – e pedem para que as instituições de ensino cortem laços com Israel e também com empresas que, segundo os alunos, viabilizam a guerra.

O epicentro desse movimento é a Universidade Columbia, em Nova York, onde há um acampamento de ativistas com bandeiras palestinas e mensagens de solidariedade a Gaza.

Parte da comunidade universitária se incomodou com os protestos: alunos e professores judeus afirmam que as manifestações têm se tornado antissemitas, e que eles têm medo de pisar nos campi.

Shai Davidai, um professor da faculdade de administração da Universidade Columbia, em Nova York, afirmou que foi impedido de entrar em uma parte do campus. Davidai é um judeu israelense americano.

Após ignorarem um ultimato da direção para desmontar acampamento na segunda-feira (29), manifestantes pró-Palestina quebraram janelas e invadiram um prédio da Universidade Columbia, em Nova York, na madrugada dessa terça-feira (30).
A invasão ocorreu após a universidade começar a suspender estudantes que desafiaram o prazo de um “ultimato” dado pela direção de Columbia na segunda (29) e permaneceram acampados na praça principal do campus. Essa medida ocorreu por conta do fracasso das negociações entre a diretoria e a liderança do protesto pela desmobilização do protesto.

Em um ano de eleições presidenciais, o conflito entre manifestantes, reitorias e opositores já virou tema para o embate entre os dois candidatos: Donald Trump, do Partido Republicano, e o atual presidente Joe Biden, do Partido Democrata.

– Por que o tema é importante para as eleições? As manifestações são importantes porque ocorrem em universidades de ponta e com muita visibilidade, afirma Paulo Velasco, professor de política internacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Casa do Saber.

A questão para Joe Biden é que ele depende do voto de pessoas mais jovens, que são mais inclinadas a votar em candidatos mais à esquerda. No entanto, a política externa do atual governo desagrada a esse eleitorado, afirma Velasco.

Isso porque Biden apoia a ofensiva de Israel em Gaza, iniciada após o grupo terrorista Hamas invadir o território, em outubro de 2023, matar e sequestrar cidadãos israelenses. Mais de 34 mil palestinos morreram no conflito desde então, de acordo com números do Ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas.

Biden já manifestou ressalvas à atuação do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e vem defendendo a desescalada no conflito. Na quarta (24), o presidente americano assinou um auxílio de R$ 133 bilhões para Israel e para ajuda humanitária em zonas de conflito.

Velasco faz um paralelo entre os eleitores jovens americanos e a comunidade árabe. Ambas votaram em peso em Biden na eleição de 2020. Mas, neste ano, ainda que não apoiem Trump, podem não aparecer nas urnas para reeleger o atual presidente — nos EUA, o voto não é obrigatório. Em uma eleição concorrida, isso pode fazer diferença.

Além disso, pode haver protestos em momentos importantes na corrida eleitoral. A convenção do Partido Democrata, quando a candidatura de Biden à presidência será oficializada, será em agosto em Chicago.

Por isso, é muito difícil para Biden dar uma resposta a essa onda de protestos.

“A forma de reação do governo a essas manifestações será um fator determinante para medir o alcance do desgaste”, afirma Paulo Abrão, diretor-executivo do Washington Brazil Office, um think tank sediado nos EUA.

Em declaração na segunda (22), quando os protestos ainda não haviam escalado, Biden ficou em cima do muro: “Condeno os protestos antissemitas. Também condenado aqueles que não entendem o que está acontecendo com os palestinos”.

Trump, que está sendo julgado num tribunal de Nova York a acusado de fraude por ocultar pagamentos a uma ex-atriz pornô, disse que Biden não sabe o que fazer.

“Ele quer adotar uma postura conciliadora, e muitas vezes isso não funciona, certamente não está funcionando”, afirmou o candidato republicano.

Trump voltou ao tema em sua rede social, a Truth Social. O ex-presidente afirmou que, nas eleições de 2020, Joe Biden afirmou que decidiu concorrer depois de uma manifestação de supremacistas brancos e extremistas de direita na cidade de Charlottesville, no estado da Virgína, em 2017. Grupos abertamente racistas e antissemitas que apoiavam Trump foram às ruas naquela ocasião.

O ex-presidente disse que “se isso é verdade, então ele [Biden] está fazendo um péssimo trabalho, porque [as manifestações] de Charlottesville são minúsculas se comparadas aos distúrbios anti-Israel que estão acontecendo em todo o nosso país agora mesmo. E é culpa de Joe Biden, que odeia Israel e odeia o povo judeu. O problema é que ele odeia os palestinos ainda mais e não sabe o que fazer”. As informações são do portal de notícias G1.

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