Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2015
A cúpula do PSDB no Congresso fechou acordo quanto à posição da sigla sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os principais líderes da legenda acordaram que os tucanos não devem nem “jogar pedra” nem “blindar” Cunha. A ordem é aguardar o surgimento das provas de que o peemedebista aparece como beneficiário de cerca de 5 milhões de dólares em bancos da Suíça. Se isso acontecer, avaliam, a situação ficará “insustentável” e a saída de Cunha do comando da Casa será irremediável.
Líderes da legenda dizem que o próprio Cunha sabe de sua condição. Os tucanos, no entanto, avaliam que antecipar ou atuar para fragilizar o presidente da Câmara neste momento pode ser “improdutivo”. Cunha faz oposição ao governo Dilma Rousseff e tem a prerrogativa de instaurar um processo de impeachment contra a petista. Se as provas da existência das contas no exterior forem publicadas, aí a situação será incontornável.
Nos bastidores, a avaliação é de que o aparecimento dos extratos em nome de Cunha na Suíça abririam uma “dupla frente” de ataques ao peemedebista: a acusação de corrupção – Cunha é investigado na Operação Lava-Jato – e a de que mentiu aos seu colegas. Na Casa, ele negou ter recursos fora do País.
Se as provas surgirem, os deputados especulam uma saída parecida à que adotou o hoje presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007. Alvo de acusação de que havia usado recursos de uma empreiteira para pagar despesas pessoais, Calheiros renunciou à presidência do Senado para evitar a cassação de seu mandato. A expectativa é de que, se pressionado pelo surgimento de novas provas, Cunha possa adotar o mesmo expediente. (Folhapress)