Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2021
Integrantes da cúpula do PSB atuam ativamente para tentar oferecer aos brasileiros, em 2022, um projeto de renovação política que fuja da polarização entre Jair Bolsonaro e Lula. Essa construção, tocada pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, segue nos debates e conversas com aliados como Flávio Dino, do PCdoB e outros nomes do empresariado nacional.
A cúpula socialista, no entanto, já reconhece que o retorno de Lula ao jogo já começa a provocar cooptações no partido. Parte importante do PSB no Nordeste, o grupo do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, segundo integrantes da cúpula partidária, já se movimenta nos bastidores do partido para se reaproximar do petista.
Se Lula for candidato, a chance de os socialistas se dividirem será grande. O petista, depois de vacinado, já avisou que irá percorrer o País para resgatar antigas alianças e construir seu projeto de retorno ao Planalto.
Rio de Janeiro
O retorno à cena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), novamente elegível após ter as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), colocou o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC), em sinal de alerta. Há uma avaliação no entorno do político sobre possíveis prejuízos eleitorais caso o PT chegue ao ano que vem com uma candidatura competitiva ao Palácio do Planalto, uma vez que esse movimento impactaria também a disputa pelo Palácio Guanabara. Castro assumiu o cargo substituindo Wilson Witzel, seu colega de partido afastado por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para aliados do governador, um cenário com Lula disputando a Presidência poderá repercutir em todo o País, com destaque para o Rio, Estado de origem do presidente Jair Bolsonaro, principal aliado de Castro. Em uma corrida eleitoral não polarizada entre o lulismo e o bolsonarismo, o governador poderia angariar votos de diversos espectros da política, conforme projeções de seus interlocutores. Com o “fator Lula” no horizonte, no entanto, a tendência é que Castro enfrente forte oposição do petismo, seja qual for a candidatura apoiada pelo PT.
Independentemente do cenário, Castro não deve abrir mão da aproximação com a família Bolsonaro. Ele tem sido orientado por pessoas próximas, inclusive deputados estaduais, a se afastar para evitar que a crise provocada pela condução da pandemia pelo governo federal respingue na própria imagem. Apesar dos conselhos e da movimentação no campo da esquerda, Castro segue dando declarações em consonância com o Planalto.