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Por Redação O Sul | 14 de julho de 2020
Os agentes realizaram buscas no gabinete e no apartamento funcional do parlamentar, em Brasília, e na sede da Força Sindical, em São Paulo
Foto: Alex Ferreira/Câmara dos DeputadosA PF (Polícia Federal) cumpriu, na manhã desta terça-feira (14), mandados de busca contra o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) em uma fase da Operação Lava-Jato que investiga crimes eleitorais. Os agentes realizaram buscas no gabinete e o apartamento funcional do parlamentar em Brasília e na sede da Força Sindical, à qual ele é ligado, em São Paulo.
A operação Dark Side é primeira fase da operação Lava-Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo desde o entendimento adotado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que reafirmou a competência da Justiça Eleitoral para os crimes conexos aos crimes eleitorais.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Brasília (DF), além do bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados, determinados pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.
A operação foi deflagrada após inquérito policial encaminhado à Justiça Eleitoral de São Paulo em meados de 2019, depois da colaboração premiada de acionista e executivos do Grupo J&F.
De acordo com as investigações, foi constatada a existência de indícios do recebimento de doações eleitorais não contabilizadas durante as campanhas eleitorais dos anos de 2010 e 2012, no valor total de R$1,7 milhão.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, os pagamentos teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e também com o pagamento de valores em espécie através de doleiros contratados. O escritório de advocacia, supostamente envolvido na simulação da prestação de serviços, tinha como um dos seus sócios o genro do parlamentar.
Os investigados responderão pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão. Como Paulinho é um parlamentar no exercício do mandato de deputado federal, as investigações em primeira instância se restringem aos fatos apurados nos anos de 2010 e 2012.