Segunda-feira, 06 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
A PF (Polícia Federal) informou ter recebido uma “extensa relação de quesitos, entre perguntas e questionamentos, com elevado grau de complexidade” sobre os áudios da Operação Patmos, que mira o presidente Michel Temer, o senador agora afastado Aécio Neves (PSDB/MG) e Rocha Loures (PMDB/PR), o “deputado da mala”.
As gravações foram realizadas pelo empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS. Na noite de 7 de março, no Palácio do Jaburu, ele gravou conversa com o presidente. Também caíram nas gravações Aécio e Loures. Os três são alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de corrupção passiva, obstrução de investigação e participação em organização criminosa.
Segundo a PF, a perícia nos áudios demanda “minucioso tratamento dos chamados vestígios, além de análises metódicas e meticulosas”, que serão feitas pelos peritos do Instituto Nacional de Criminalística, ligados ao órgão. “Para uma conclusão robusta da perícia criminal, o maior número possível de elementos é analisado”, assinala a PF.
A perícia nos áudios que mergulham o governo Temer em sua maior crise vai compreender três etapas. O exame de análise de conteúdo envolverá a transcrição das conversas, segundo a segundo. Já a comparação de locutor busca identificar os participantes da conversa, “confirmando ou não se tratarem das pessoas questionadas”. E o exame de verificação de edições busca identificar “eventuais elementos indicativos de alterações ou adulterações nos registros de áudio”.
A PF reiterou que até aqui recebeu apenas um dos gravadores que Joesley e outros delatores da JBS usaram. “A boa prática em análise forense de vestígios multimídia recomenda que haja o exame conjunto entre os registros de áudio e o equipamento gravador. Até o momento, recebemos apenas um desses gravadores e aguarda o outro.”