Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A 28 de fevereiro de 1986, o governo federal lançou um conjunto de medidas de choque para superar a crise. Denominado Plano Cruzado, tinha como principais pontos:
* o congelamento de preços;
* a substituição do cruzeiro por cruzado e o corte de três zeros na moeda. Com isso, cem mil cruzeiros passaram a valer 100 cruzados;
* os reajustes salariais seriam realizados por dispositivo chamado gatilho salarial, acionado sempre que a inflação alcançasse 20 por cento.
A Lei Delegada número 4, do mesmo dia, permitia o fechamento de estabelecimentos industriais e comerciais que não cumprissem as determinações.
A inflação de fevereiro de 1986 tinha sido de 14,3 por cento e a projeção indicava que atingiria 500 por cento em dezembro.
Em 1985, a inflação bateu em 255 por cento, recorde na história do País.
O Plano resultou na aceleração do crescimento econômico, grande parte baseado nos gastos do consumidor.
Porém, a partir do segundo semestre de 1986, os problemas começaram a surgir. O principal foi o congelamento de preços, provocando a queda na rentabilidade da indústria e do comércio. Faltaram produtos nos supermercados e até leite não era mais encontrado.
A proximidade das eleições fez com que o governo tomasse atitudes populistas, evitando algumas de correção da rota, só para garantir a sobrevida do Plano.
Logo após vencer as eleições de 15 de novembro, o governo anunciou um grande programa de ajuste, chamado de Cruzado II.
Os preços dos automóveis foram aumentados em 80 por cento, as tarifas públicas em 35 por cento, combustíveis em 60 por cento, cigarros e bebidas alcoólicas em 100 por cento, entre outros. As minidesvalorizações cambiais foram introduzidas novamente.
Como resultado dessas medidas, a inflação ressurgiu.
Por fim, a posição das reservas internacionais do Banco Central havia caído a tal ponto que o governo se viu obrigado a decretar uma moratória unilateral em fevereiro de 1987.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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