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Geral Poetas se mobilizam contra textos roubados na internet

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Germana teve poema publicado sem crédito por site. (Foto: Reprodução)

No fim de 2016, a poeta Germana Zanettini foi alertada por uma leitora de que seu poema “Previsão do tempo” havia sido postado no Instagram do site “Casal Sem Vergonha”. O poema, porém, aparecia sem crédito — apesar dos vários comentários no post exigindo que a autoria fosse informada.

Germana entrou imediatamente em contato com a página e pediu que os administradores publicassem a imagem original, que ela havia postado, com sua assinatura, dois anos antes em várias redes sociais. Após várias reclamações, dela e de leitores, conseguiu uma correção.

Jaqueline Barbosa, cofundadora do “Casal Sem Vergonha”, afirmou que havia encontrado a imagem na internet, sem assinatura, e que não conseguiu descobrir quem era o autor. Segundo Germana, porém, o estrago já está feito — e não foi a primeira vez que teve esse tipo de problema na internet, com diferentes plagiadores.

“Tem acontecido vários casos de plágio comigo. Em todas as vezes, fiquei sabendo por leitores meus. Deve ter poema plagiado por aí que eu nem chego a ficar sabendo…”, diz a poeta, que em maio vai publicar seu primeiro livro, “Eletrocardiodrama” (Editora Laranja Original).

“Para os iniciantes talvez seja pior justamente porque o nome e o estilo de um iniciante ainda não estão consolidados, então é muito mais difícil de as pessoas identificarem o plágio. Sem mencionar o fato de que quando os escritores iniciantes poderiam estar alcançando certa notoriedade, às vezes o reconhecimento acaba indo para outros, que não escreveram nem uma vírgula daquele texto.”

A autora lembra de um episódio bizarro em que uma pessoa postou um poema seu nas redes sociais e tentou convencer seus seguidores de que a plagiadora era ela, Germana. Para sua sorte, a obra estava em uma exposição no Museu da Língua Portuguesa, que certificou a autoria. A plagiadora acabou apagando tudo e desapareceu das redes sociais. O poema, no entanto, continuou sendo copiado por outras pessoas, e hoje é considerado por Germana como seu “campeão de plágio”.

Depois de ter se queixado de plágio no Facebook, Germana recebeu diversas mensagens de apoio, algumas de poetas que vêm sofrendo do mesmo mal. Assim como ela,  são iniciantes, pouco conhecidos no meio editorial, que usam as redes para tentar divulgar seu trabalho. Mas a facilidade do compartilhamento, que faz os textos se espalharem muito rápido, se tornou uma faca de dois gumes.

Quando um poema viraliza, acaba ocasionalmente sendo publicado sem a autoria — ou com o nome de outra pessoa — em páginas, blogs e redes sociais. Muitas vezes, inclusive, com objetivos comerciais.

Advogada especializada em Direitos Autorais, Liana Machado conta que 30% das mensagens que recebe hoje são de pessoas lhe pedindo ajuda para denunciar reproduções na internet.

“Nesses casos, solicito as peças que compõem a prova da autoria”. explica Liana. “Verificada, notifico a pessoa que reproduziu com prazo de 24 horas para dar o crédito ou retirar o post. Os que me procuram em geral querem reconhecimento, não dinheiro. Estão construindo ainda uma imagem, um nome.” (AG)

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