Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2021
Capitólio está seguro novamente, segundo a polícia local.
Foto: ReproduçãoApós a polícia afirmar que o edifício do Capitólio está seguro novamente, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, informou em um comunicado que retomaria a cerimônia iniciada nesta quarta-feira (6).
Pelosi disse em carta aos colegas que o ataque dos radicais não “nos impediria de validar a eleição de Joe Biden”. O sargento Paul Irving afirmou mais cedo aos membros da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos que o edifício estava liberado após passar diversas horas fechado depois dos ataques de apoiadores de Trump. Segundo a imprensa local, 20 pessoas foram apreendidas e a polícia encontrou cinco armas.
Em seu documento, Pelosi não mencionou o atual presidente Donald Trump, mas disse que decidiu pela retomada após consultar sua equipe e fazer uma série de ligações para o Pentágono, o Departamento de Justiça e o vice-presidente Mike Pence.
“Sempre soubemos que essa responsabilidade nos levaria noite adentro”, escreveu Pelosi. “Também sabíamos que hoje faríamos parte da história de forma positiva, apesar das objeções infundadas ao voto do Colégio Eleitoral. Agora faremos parte da história, pois esta imagem vergonhosa do nosso país foi apresentada ao mundo, instigada ao mais alto nível.”
Parlamentares e jornalistas que estavam no prédio no momento da invasão relataram tiros, e a imprensa americana reportou que uma mulher foi baleada e acabou morrendo algum tempo depois.
Entenda
Um grupo de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiu nesta quarta-feira (6) o Capitólio, sede do Congresso americano, em Washington, durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral para as eleições presidenciais. Ao menos uma pessoa foi baleada. A vítima, uma mulher, seria funcionária do Congresso e morreu após ser atendida. Bombas de gás foram usadas para dispersar manifestantes.
A invasão ocorreu enquanto Câmara e Senado debatiam se acatavam ou não uma objeção aos resultados do Arizona – tradicional reduto republicano vencido por Joe Biden no pleito de novembro. Momentos antes, Trump discursou para uma multidão e afirmou que não aceitaria o resultado eleitoral.
Segundo a imprensa americana, por segurança, senadores e deputados foram colocados em locais seguros dentro do prédio do Capitólio. O vice-presidente Mike Pence – responsável por presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos – foi retirado do edifício.
O vice-presidente Mike Pence também se manifestou no Twitter após ser retirado do local. “A violência e a destruição que estão acontecendo no Congresso Americano precisa parar e precisa parar agora. Todos os envolvidos devem respeitar os policiais e deixar o prédio imediatamente”, escreveu.
“Protestos pacíficos são direito de todo americano, mas este ataque ao nosso congresso não será tolerado e os envolvidos serão processados com o máximo rigor da lei”, completou.
Por causa dos confrontos, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h locais (20h no horário de Brasília). A medida vale por 12 horas. A prefeitura também fechou os centros de testagem para a Covid-19 até esta quinta-feira (7).
O presidente eleito, Joe Biden, se pronunciou dizendo que “não é protesto, é insurreição”, e que esta “não é a América” e que essas pessoas não representam o país. Ele apelou ao presidente Donald Trump para que fosse à televisão pedir que os manifestantes encerrassem o protesto.
O confronto de extremistas pró-Trump com a polícia teve bombas de gás e manifestantes querendo pernoitar no local, outros com máscaras para evitar o gás.