Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2025
A Polícia Federal (PF) foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a acessar dados armazenados em servidores, computadores e serviços de nuvem ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro.
A decisão permite a análise de e-mails, mensagens eletrônicas, arquivos digitais e conteúdos presentes em celulares ou dispositivos de qualquer natureza, inclusive com a apreensão de mídias físicas como discos rígidos e DVDs. O objetivo é reunir provas no inquérito que apura tentativa de abalar o Estado Democrático de Direito e de intimidar ministros do STF.
Na decisão, Moraes autoriza expressamente a “análise do conteúdo (dados, arquivos eletrônicos, mensagens eletrônicas e e-mails) armazenado em eventuais computadores, servidores, redes, inclusive serviços digitais de armazenamento ‘em nuvem’, ou em dispositivos eletrônicos de qualquer natureza”.
O ministro também permite o “acesso e a análise do conteúdo dos computadores e demais dispositivos no local das buscas e de arquivos eletrônicos apreendidos, mesmo relativo a comunicações eventualmente registradas”, determinando ainda o registro e a preservação do código “hash” dos arquivos examinados.
Bolsonaro é réu, em ação penal que tramita no STF e analisa se houve uma tentativa de golpe de Estado. Na segunda-feira, a PGR apresentou as alegações finais no caso e pediu para o ex-presidente ser condenado por cinco crimes.
O ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta e em tempo integral nos fins de semana e feriado; ser monitorado com tornozeleira eletrônica; não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados. As medidas foram pedidas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Federal apontou que Bolsonaro, e o filho, Eduardo Bolsonaro, vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro, em razão de suposta perseguição no âmbito da AP 2668.
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, após colocar tornozeleira eletrônica, que não pretende fugir e que o dinheiro apreendido em sua casa foi declarado à Receita Federal.
“Me sinto humilhado, humilhação”, afirmou. “Suprema humilhação. Tenho 70 anos de idade, sou ex-presidente, zero corrupção. Entreguei o Brasil em condições superavitárias.”
Foram apreendidos US$ 14 mil e R$ 8 mil na sua casa, assim como um pen drive no banheiro.
“O julgamento, eu espero que seja técnico e não político. No mais, eu nunca pensei em sair do Brasil. Nunca pensei em ir para embaixada. Mas as cautelares são em função disso. Não posso me aproximar de embaixada, tenho horário para ficar na rua.”
Apesar de negar tentativa de deixar do país, ele disse que “sair do Brasil é a coisa mais fácil”.
“A suspeita é um exagero. Sou um ex-presidente, tenho 70 anos”, disse.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “redobrou a aposta” ao determinar uma operação da Polícia Federal (PF). Também disse que ‘recebeu com tristeza, mas sem surpresa’, a ação da PF na manhã de sexta-feira. As informações são do jornal O Globo.