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Por Redação O Sul | 16 de dezembro de 2020
A sessão foi proposta pelo senador gaúcho Luis Carlos Heinze
Foto: Roque de Sá/Agência SenadoPor proposição do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), o Senado realiza nesta quinta-feira (17), às 15h, uma sessão de debate temático sobre o desmatamento e as queimadas na Floresta Amazônica.
Os senadores ouvirão especialistas e representantes do governo federal a respeito dos incêndios e da preservação da flora e fauna locais. Acompanham o pedido para a realização da sessão os senadores Telmário Mota (PROS-RR), Zequinha Marinho (PSC-PA), Diego Tavares (PP-PB), Esperidião Amin (PP-SC), Alvaro Dias (Podemos-PR), Ciro Nogueira (PP-PI) e Mailza Gomes (PP-AC).
Ao justificarem a iniciativa, os parlamentares afirmaram que o Brasil tornou-se alvo de uma maciça campanha internacional com o objetivo de abalar a imagem do País e atrapalhar o desenvolvimento social e econômico.
“Com pouco a preservar em termos florestais, países europeus decidiram preservar as matas de outras nações. Logicamente, o Brasil é o grande alvo. Até aí, é perfeitamente aceitável, compreensível e até elogiável. Mesmo porque nós, brasileiros, entendemos e queremos priorizar a questão ambiental. O problema começa quando eles se reúnem e decidem o que o Brasil terá de fazer, impondo condições e números calculados por puro ‘achismo’, sem um embasamento técnico que sustente seus cálculos”, explicaram no requerimento.
Para o debate, foram convidados o vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e representantes do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, da Universidade Federal do Amazonas e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Heinze aponta que são exatamente os países mais ricos e maiores poluidores do planeta que estão definindo a área de preservação no Brasil. Ele cita dado do Global Carbon Atlas, segundo o qual a Europa e os Estados Unidos emitem 25 vezes mais carbono do que o Brasil.
“Isso significa que os países desenvolvidos, os iniciadores históricos e majoritários das emissões de carbono, devem tomar a iniciativa no combate à mudança do clima e seus efeitos. Contudo, ao invés disso, não cessam de nos pressionar, por meio de vários mecanismos, muitos deles verdadeiramente ardilosos. Em realidade, paira sobre nós uma grave ameaça, capaz de abalar a soberania brasileira sobre os sistemas de produção agropecuária e, na esteira, toda a economia nacional. Uma fonte de preocupação constante tem sido a segurança alimentar de um número ainda não estabelecido de pessoas, em praticamente todos os continentes”, afirmou o parlamentar.
O senador observou ainda que o Hemisfério Norte, por suas características de clima, não estará imune a essa nova realidade, visto que a demanda por alimentos se intensificará, o que possivelmente resultará no incremento das exportações brasileiras.
“Neste cenário, é que cabe reafirmar a verdadeira situação do Brasil e desarticular a rede de intrigas em que procuram nos envolver. Há muito tempo somos uma potência planetária no setor agropecuário. Uma significativa porcentagem da população mundial é alimentada pela produção de nossos campos. Esse território, essa produção, é objeto de intriga e de cobiça”, concluiu Heinze.