Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2021
Após a passagem de uma frente-fria que provocou chuvas na maior parte do Rio Grande do Sul, a Defesa Civil de Porto Alegre emitiu nesta terça-feira (27) um alerta sobre a entrada de uma intensa massa de ar frio sobre Estado. O impacto foi sentido ao longo do dia, com temperaturas em queda na Região Metropolitana da capital.
A manhã desta quarta-feira (28) já começa com mínimas em torno de 3°C e a sensação de frio se estende ao longo de todo o dia. Na quinta as temperaturas continuam baixas, chegando a 2°C em seu menor nível, ao passo que na sexta a massa de ar frio começa a perder força e a se afastar do Rio Grande do Sul.
A Defesa Civil e a Comissão Permanente de Atuação em Emergência (Copae), integrada pelos órgãos municipais, acompanham as atualizações da previsão do tempo, com equipes prontas para atender à população.
“Siga as recomendações das autoridades e se abrigue em local seguro”, acrescenta o órgão municipal. “Caso encontre alguém em situação de rua, telefone para o número 156, opção 7. Se tiver dúvidas e emergências, ligue para a Defesa Civil (199) ou Corpo de Bombeiros (193).
Estiagem
Em âmbito estadual, é esperada a ocorrência de chuvas nos próximos meses, mas em volumes insuficientes para uma “recarga hídrica” capaz de reverter os efeitos da estiagem. A projeção consta da nova versão do Boletim Especial sobre Estiagem no Rio Grande do Sul, divulgado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
O material avalia os efeitos da estiagem de novembro de 2019 a julho de 2021, principalmente quanto às chuvas e disponibilidade hídrica. Conforme o relatório, o Estado enfrenta um evento crítico de estiagem desde novembro de 2019, afetando diversas áreas.
Em abril do ano passado, a equipe da Sema já havia publicado um documento sinalizando as consequências da estiagem nos rios gaúchos, comparando o evento com anos anteriores e apresentando um prognóstico climático para os meses seguintes.
A meteorologista Cátia Valente avalia que, de acordo com os estudos, as condições futuras não se mostram favoráveis: “O cenário não tende a se tornar positivo quanto à recuperação do déficit hídrico no Rio Grande do Sul. Por isso, a Secretaria continuará monitorando as condições climáticas no Estado”.
O prognóstico climático atual indica que novamente não haverá recarga hídrica das bacias. E em função do calendário de plantio (sobretudo arroz e soja), há risco substancial de comprometimento da disponibilidade hídrica nas bacias gaúchas, demandando ações de gestão e regulação de recursos.
(Marcello Campos)