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Variedades Regina Casé vê preconceito quando dizem que ela “só faz papel de empregada”

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Regina Casé e Rogério Fróes em uma cena de 'Três verões': filme chega, enfim, aos cinemas brasileiros. (Foto: Divulgação)

São 170 km por dia, se contarmos ida e volta. Esta é a distância que Regina Casé percorre de segunda a sábado, entre seu sítio, no sul fluminense, e o Projac, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A nova rotina vem sendo trilhada por causa da gravação da novela “Amor de mãe”, que foi retomada no mês passado.

De volta à pele da empregada doméstica Lurdes na trama televisiva, a atriz acompanha atentamente outra protagonista finalmente ganhar a tela do cinema. Em “Três verões”, de Sandra Kogut, Regina interpreta Madá, caseira de uma residência de luxo que acompanha o desmantelamento da família dos patrões em função dos dramas de corrupção que vêm abalando o país nos anos recentes.

Seis meses depois de ter seu lançamento adiado pela pandemia, “Três verões” é o filme que abre, nesta quarta-feira (16), o Telecine Open Air, projeto drive-in instalado na Marina da Glória, no Rio, e que vai exibir 28 produções por três semanas. Também nesta quarta o longa chega às plataformas de streaming – Telecine Play, Now, Vivo Play e Oi Play.

Por telefone, diretamente de um quarto de hotel – onde está em isolamento prévio para poder gravar cenas de beijos e abraços para a novela –, a atriz relembra a experiência peculiar que teve durante as filmagens de “Três verões”, especialmente em relação à diretora:

“Sandra e eu somos amigas de décadas, mas só filmamos juntas uma vez, em 1995, com o curta “Lá e cá”. A gente se cobrava muito, esse tempo todo, retomar a parceria, era quase uma frustração. O sentimento no set beirava o alívio”, conta.

Uma sensação parecida com a que Regina vivencia todos os dias, quando volta para seu sítio depois de um dia de trabalho e reencontra a família, instalada por lá desde o começo da pandemia. A atriz, aliás, não nega que tenha sentido o baque pela retomada dos trabalhos na novela.

“Fiquei muito tempo em um lugar com ar puro e natureza para, de repente, me trancar em um estúdio fechado. É claro que o contraste é grande”, destaca Regina. “Mas outro dia passei horas gravando sozinha e me peguei chorando em certo momento, vendo milhões de coisas acontecendo e tudo funcionando, mesmo diante de todas as adversidades.”

Muito antes de precisar limpar as mãos com álcool a cada fim de cena, Regina pôde segurar sem medo seu prêmio de melhor atriz no Festival do Rio do ano passado, por sua performance como a caseira Madá (prêmio que levou também no Antalya Golden Orange Film Festival, na Turquia). Na ocasião da cerimônia carioca, em dezembro, no Museu do Amanhã, a atriz revelou que vinha recebendo comentários tortos sobre sua trajetória recente na dramaturgia.

Muita gente lhe aponta o dedo para dizer que ela “só faz papel de empregada”, referindo-se, além de “Três verões” e “Amor de mãe”, também a “Que horas ela volta?” (2015), filme de Anna Muylaert. Na fala dos detratores, a atriz enxerga várias camadas de preconceito:

“Apenas uma delas é empregada, de fato, que é a Lurdes. Val era babá, e Madá é uma caseira. Mas as pessoas não enxergam isso, não veem suas nuances, porque são mulheres estigmatizadas. É como se todas as mulheres pobres fossem iguais, enquanto cada mulher rica e branca é encarada como um indivíduo. Várias atrizes brancas fazem papéis de mulheres ricas em sequência, e ninguém repara.”

Saudade de comédia

Por outro lado, Regina observa com bons olhos a abertura de um espaço de protagonismo justamente para figuras como Val, Lurdes e Madá, até pouco tempo coadjuvantes na ficção.

“Hoje tenho um lugar na dramaturgia para que possa me expressar com meu physique du rôle de Caruaru – ri a atriz, compartilhando também seu otimismo diante do cenário futuro da arte como espelho do país.  “Caso eu não consiga, espero que pelo menos meu filho Roque e meu neto Brás vejam novelas e filmes que não sejam atravessados pela desigualdade, em todos os âmbitos. Ou que, ao menos, ela não seja tão vergonhosa.”

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https://www.osul.com.br/regina-case-ve-preconceito-quando-dizem-que-ela-so-faz-papel-de-empregada/ Regina Casé vê preconceito quando dizem que ela “só faz papel de empregada” 2020-09-16
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