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Por Redação O Sul | 23 de setembro de 2020
Uma pesquisa estatística divulgada nesta quarta-feira (23) pelo governo gaúcho aponta que cerca de 58% das mortes em geral no Rio Grande do Sul são de pessoas do sexo masculino. Se levados em conta os registros por causa violenta (assassinatos, suicídios e acidentes), esse predomínio é de aproximadamente 75%, ou seja, três vezes mais. O estudo tem por base dados oficiais de 2018.
Naquele ano, o Estado registrou um total de 88.618 óbitos, conforme destaca o relatório “Expectativa de Vida: Diferenciais de Mortalidade por Sexo e Causa”, produzido pela pesquisadora Marilene Dias Bandeira, do DEE (Departamento de Economia e Estatística) da SPGG (Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão).
Destaca-se no documento a mortalidade mais expressiva entre os homens devido às chamadas “mortes por causas externas”, não naturais: foram 6.181 vítimas do sexo masculino, contra 1.886 do feminino.
De forma geral, o estudo aponta uma proporção de 1,23 óbito masculino para cada mulher. Considerando apenas o indicador de causas externas, a proporção é de 3,55 óbitos masculinos para cada feminino em 2018, sendo que na faixa entre 20 e 24 anos essa proporção chega a 7,30. Ainda assim, em comparação com 2010, houve uma queda na proporção geral (1,27 e 4,25, respectivamente).
A expectativa média de vida ao nascer em 2018 no Rio Grande do Sul chegou a 76,87 anos, contra 75,59 anos em 2010, um aumento de 1,28 ano. Entre os sexos, a diferença em 2018 chegou a 7,53 anos, sendo de 73,10 para homens e 80,63 anos para as mulheres. Não fossem as causas externas, a expectativa de vida dos homens seria de 76,01 anos e das mulheres, 81,27 anos.
No balanço geral, as principais causas de mortes no Rio Grande Sul são as doenças do aparelho circulatório (26%), câncer (21,8%), doenças do aparelho respiratório (11,9%) e as causas externas/violentas (9,1%).
“Os resultados são importantes, pois podem auxiliar as políticas de saúde no Estado para minimizar a ocorrência de óbitos violentos, principalmente entre os homens jovens, até por serem causas evitáveis”, frisou Marilene. “Além disso, é necessário pensar na qualidade de vida da população, que vive cada vez mais e, portanto, necessita de cuidados específicos de saúde, bem-estar e lazer.”
Mais comparações
Conforme a pesquisa, em 2018 havia 94,8 homens para cada 100 mulheres no Rio Grande do Sul, pequena queda no comparativo com 2010, quando a proporção era de 95 para 100. Constatou-se que na infância, adolescência e juventude o contingente de homens é maior, mas a partir dos 30 anos as mulheres passam a ser maioria. Na faixa etária a partir de 80 anos, por exemplo, elas representam o dobro deles.
Em ambos os sexos, as causas externas representam o principal motivo de mortalidade nas idades jovens, contudo, entre os homens, além de percentuais mais expressivos, essa motivação lidera o ranking por um período maior.
Para as mulheres, com exceção da faixa de 5 a 9 anos, as causas externas foram a principal razão de mortalidade até os 29 anos, enquanto nos homens essa liderança se estende até os 49. Entre os 15 e 19 anos, 82,8% das mortes de homens foram provocadas por causas externas, enquanto entre as mulheres o percentual na mesma faixa etária foi de 44,4%.
Em 2018, foram registrados 525 óbitos de homens na faixa entre 15 a 19 anos, contra 75 de mulheres. Entre 20 e 29 anos, o número de mortes chegou a 1.367 nas pessoas do sexo masculino, enquanto o sexo feminino teve 189 óbitos.
Entre as causas externas, o homicídio (2.409) lidera as razões de mortes entre os homens no ano analisado, seguido por acidentes de transporte (1.392), suicídios (985) e quedas (559). Para as mulheres, as quedas (661) são a principal causa, seguida de acidentes de transporte (376), homicídios e suicídios, ambos com 256 casos.
(Marcello Campos)
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