Segunda-feira, 07 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2024
As Forças Armadas da Rússia lançaram, nessa terça-feira (10), exercícios navais e aéreos em massa que abrangem os dois hemisférios e incluem a China em manobras conjuntas. Denominado “Ocean-24″, o exercício abrange os oceanos Pacífico e Ártico, e os mares Mediterrâneo, Cáspio e Báltico, e envolve mais de 400 navios de guerra, submarinos e embarcações de apoio, mais de 120 aviões e helicópteros e mais de 90.000 soldados, informou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
As manobras devem continuar até 16 de setembro, ainda segundo o ministério. O presidente russo, Vladimir Putin, disse em comentários aos oficiais militares que os jogos de guerra são os maiores do gênero em três décadas, e ressaltou a participação dos navios de guerra e aviões chineses.
Sem dar detalhes, a China confirmou a informação na segunda-feira (9), dizendo que as marinhas dos dois países iriam navegar juntas no Pacífico.
No total, 15 países foram convidados a observar os exercícios, disse Putin, sem dizer quais são eles. “Prestamos especial atenção ao reforço da cooperação militar com Estados amigos. Atualmente, no contexto das crescentes tensões geopolíticas no mundo, isto é especialmente importante”, afirmou Putin.
O líder russo acusou os Estados Unidos de “tentar manter o seu domínio militar e político global a qualquer custo”, procurando “infligir uma derrota estratégica” à Rússia na sua guerra com a Ucrânia, e “quebrar a arquitetura de segurança estabelecida e o equilíbrio de poder na região Ásia-Pacífico”.
Evolução
“Sob o pretexto de contrariar a alegada ameaça russa e conter a República Popular da China, os Estados Unidos e os seus satélites estão aumentando a sua presença militar perto das fronteiras ocidentais da Rússia, no Ártico e na região da Ásia-Pacífico”, disse Putin. Ele afirmou ainda que “a Rússia deve estar preparada para qualquer evolução da situação”.
A Rússia e a China, juntamente com outros críticos dos Estados Unidos, como o Irã, alinharam as suas políticas externas para desafiar e potencialmente derrubar a ordem democrática liberal liderada pelo Ocidente.
Com os exercícios conjuntos, a Rússia procurou a ajuda chinesa para alcançar o seu objetivo há muito acalentado de se tornar uma potência do Pacífico, enquanto Moscou apoiou as reivindicações territoriais da China no Mar do Sul da China e em outros locais.
O Ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, disse que os exercícios visam “repelir a agressão em grande escala de um inimigo potencial a partir de direções oceânicas, combater barcos não tripulados, veículos aéreos não tripulados, defender bases navais, conduzir operações anfíbias e escoltar transportes”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.