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Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2018
O espaço interplanetário está cheio de todo tipo de pedras grandes, cascalho, bolas de gelo, poeira e fluxos de partículas carregadas. Tanto que em sua órbita ao redor do Sol, a 30 quilômetros por segundo, a Terra passa por centenas de toneladas de meteoros, a maioria muito pequenos para serem notados.
Embora sejam encontrados em todos os cantos, a maioria dos asteroides e cometas do Sistema Solar se concentram em três grandes estruturas, o cinturão de Asteroides, o cinturão de Kuiper e a nuvem de Oort.
A história dessas concentrações e dos objetos rochosos e de gelo que elas contêm começou com a própria formação do Sistema Solar, segundo o físico Othon Winter, da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, da Universidade Estadual Paulista.
O cientista explica que os planetas se formaram a partir de um disco de gás e pequenos corpos, denominados planetesimais, com tamanhos de centenas de metros a algumas dezenas de quilômetros, que foram crescendo por meio de colisões entre si.
Alguns deles chegaram a atingir massa dez vezes a da Terra, e se tornaram os núcleos dos planetas gigantes (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). “Ao atingirem esse estágio, gravitacionalmente eles ‘sugaram’ enormes quantidades de gás, se transformando nos planetas gigantes gasosos”, explica Winter, que é doutor em Dinâmica do Sistema Solar. “O restante do gás foi então expulso do sistema pelo Sol.”
Só depois disso começou a formação dos planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte). “Ela se deu por meio de colisões entre objetos remanescentes (planetesimais e maiores, chamados embriões, que tinham massa similar à da Lua), que se localizavam, na sua maioria, interiores à órbita de Júpiter”, diz Winter.
“Então, os pequenos corpos que existem atualmente foram formados nos estágios iniciais do Sistema Solar”, explica o pesquisador da Unesp.
Desses, os que possuem maior parcela de componentes voláteis são aqueles que se formaram mais distantes do Sol. “Assim, de um modo geral, os separamos em asteroides e cometas”, diz.
“Os asteroides se localizam em órbitas mais próximas da nossa estrela e são majoritariamente formados por componentes refratários, como silicatos e metais. Os cometas têm órbitas mais distantes e são, em sua maioria, compostos de materiais voláteis, principalmente água.”