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Mundo Sem as senhas, donos de bitcoins não têm como usar sua fortuna

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Bitcoins equivalentes a US$ 140 bi parecem estar em carteiras perdidas ou abandonadas. (Foto: Michael Wensch/Domínio Público)

Stefan Thomas, programador alemão que mora em São Francisco (EUA), ainda tem duas chances para descobrir uma senha que vale, até esta semana, cerca de US$ 220 milhões.

A senha permitirá que ele desbloqueie um pequeno disco rígido, conhecido como IronKey, que contém as chaves privadas de uma carteira digital que contém 7.002 bitcoins. Embora o preço do Bitcoin tenha caído drasticamente na segunda-feira (11), ainda está mais de 50% maior em relação ao mês anterior, quando ultrapassou seu recorde anterior de cerca de US$ 20.000.

O problema é que Thomas, anos atrás, perdeu o papel em que anotava a senha de seu IronKey, que dá aos usuários dez tentativas antes de travar e criptografar seu conteúdo para sempre. Desde então, ele tentou oito de suas formulações de senha mais comumente usadas – sem sucesso.

“Eu simplesmente ficava deitado na cama e pensava a respeito”, disse Thomas. “Então, ia para o computador com alguma estratégia nova, não funcionava e eu ficava desesperado novamente.”

O Bitcoin, que tem estado em uma operação extraordinária e volátil nos últimos oito meses, tornou muitos de seus detentores muito ricos em um curto período de tempo, mesmo enquanto a pandemia do novo coronavírus devastava a economia mundial.

Mas a natureza incomum da criptomoeda também significa que muitas pessoas estão impedidas de ter acesso às suas fortunas de Bitcoin devido a senhas perdidas ou esquecidas. Elas foram forçadas a ver, sem poder fazer nada, o valor da moeda subir e cair drasticamente, incapazes de lucrar com sua riqueza digital.

Dos 18,5 milhões de bitcoins existentes, cerca de 20% – atualmente valendo cerca de US$ 140 bilhões – parecem estar em carteiras perdidas ou abandonadas, de acordo com a empresa de dados de criptomoeda Chainalysis. A Wallet Recovery Services, uma empresa que ajuda a encontrar chaves digitais perdidas, disse ter recebido 70 solicitações por dia de pessoas que queriam ajuda para recuperar suas riquezas, três vezes o número de um mês atrás.

Os proprietários de bitcoins que não têm acesso à carteira falam de dias e noites intermináveis de frustração enquanto tentam obter acesso às suas fortunas. Muitos possuem as moedas desde os primeiros dias do Bitcoin, uma década atrás, quando ninguém tinha confiança de que os tokens valeriam alguma coisa.

“Ao longo dos anos, eu diria que passei centenas de horas tentando recuperar essas carteiras”, disse Brad Yasar, um empresário em Los Angeles que possui alguns computadores desktop que contêm milhares de bitcoins que ele criou, ou extraiu, durante os primeiros dias da tecnologia. Embora esses bitcoins agora valham centenas de milhões de dólares, ele perdeu suas senhas há muitos anos e colocou os discos rígidos que os continham em bolsas seladas a vácuo, fora de seu campo de visão.

“Não quero ser lembrado todos os dias de que o que tenho agora é uma fração do que poderia ter tido e perdi”, disse ele.

O dilema é um doloroso lembrete dos fundamentos tecnológicos incomuns do Bitcoin, que o diferenciam do dinheiro normal e lhe conferem algumas de suas qualidades mais alardeadas – e mais arriscadas. Com contas bancárias tradicionais e carteiras online, bancos como o Wells Fargo e outras empresas financeiras como o PayPal podem fornecer às pessoas as senhas de suas contas ou redefinir as senhas perdidas.

Mas o Bitcoin não tem empresa para fornecer ou armazenar senhas. O criador da moeda virtual, uma figura obscura conhecida como Satoshi Nakamoto, disse que a ideia central do Bitcoin era permitir que qualquer pessoa no mundo abrisse uma conta bancária digital e retivesse o dinheiro de uma forma que nenhum governo pudesse impedir ou regular.

Isso é possível pela estrutura do Bitcoin, que é governada por uma rede de computadores que concordou em seguir um software contendo todas as regras para a criptomoeda. O software inclui um algoritmo complexo que possibilita a criação de um endereço e a chave privada associada, que só é conhecida por quem criou a carteira.

O software também permite que a rede Bitcoin confirme a veracidade da senha para permitir transações, sem ver ou saber a senha. Resumindo, o sistema permite que qualquer pessoa crie uma carteira Bitcoin sem ter que se registrar em uma instituição financeira ou passar por qualquer tipo de verificação de identidade.

Isso tornou o Bitcoin popular entre os criminosos, que podem usar o dinheiro sem revelar sua identidade. Também atraiu pessoas em países como China e Venezuela, onde governos autoritários são conhecidos por invadir ou fechar contas bancárias tradicionais.

Mas a estrutura desse sistema não levou em consideração o quão ruins as pessoas podem ser para lembrar e proteger suas senhas.

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https://www.osul.com.br/sem-as-senhas-donos-de-bitcoins-nao-tem-como-usar-sua-fortuna/ Sem as senhas, donos de bitcoins não têm como usar sua fortuna 2021-01-14
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