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Economia Setor de pescados já começa a cancelar contratos com os Estados Unidos

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O mercado americano, diz a Abipesca, representa 80% das exportações brasileiras de pescado. (Foto: Reprodução)

Jairo Gund, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), disse nessa quinta-feira (10) que algumas indústrias de pescados já começaram a cancelar contratos e o envio de contêineres para os Estados Unidos como consequência da taxa de 50% imposta pelo presidente americano Donald Trump às exportações brasileiras.

“De ontem para hoje, quem trabalha com exportação não dormiu. Nosso segmento ficou de pernas para o ar de uma hora para outra”, diz Gund.

Juliano Kubitza, diretor de uma das maiores exportadoras de tilápias do país, a Fider Pescados, de Rifaina (SP), disse que “ainda está digerindo a má notícia”. A empresa vem elevando o embarque de filés de tilápia fresco por via aérea para os Estados Unidos e trabalha para desenvolver uma linha de filés congelados para exportar via navios. O comércio exterior representa cerca de 50% do faturamento da Fider.

Segundo Gund, os contêineres com pescados congelados levam de 20 a 40 dias para desembarcar nos Estados Unidos e as indústrias já calculam o risco de não chegar antes de 1º de agosto, data marcada por Trump para o início da taxa extra de 50%. No caso dos peixes frescos, o comércio continua, mas deve ser interrompido nos próximos 20 dias.

O mercado americano, diz a Abipesca, representa 80% das exportações brasileiras de pescados, com uma receita de US$ 244 milhões. Os pescados mais exportados são a lagosta do Ceará e costa Nordeste, a tilápia do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, o pargo do Pará, a corvina (do Sul e Sudeste, que tem o maior volume embarcado, com 10 mil toneladas) e o atum do Rio Grande do Norte. No caso da lagosta, pargo e atum, praticamente 100% vai para exportação e os Estados Unidos são o principal destino.

“Essa taxação vai tirar o pescado brasileiro do mercado americano. Não teremos como escoar nossa produção e muitas indústrias vão fechar e, consequentemente, deixarão de comprar os pescados de milhares de pescadores artesanais e piscicultores familiares”, afirma o presidente da Abipesca, Eduardo Lobo Naslavsky.

Gund e Lobo destacam que o setor da pesca brasileira não é composto por grandes empresas, como os outros setores de proteína, e sim por pequenas agroindústrias que recebem o produto de pescadores artesanais familiares e de comunidades tradicionais.

Em nota, a Abipesca destacou a necessidade urgente de o governo brasileiro priorizar a abertura do mercado europeu, fechado desde 2017, como alternativa às exportações de pescados. “A morosidade dessa tratativa, em momentos como este, demonstra a importância de reduzir a dependência de mercados específicos para o pescado brasileiro.”

Para Gund, a questão com a Europa também é política porque esbarra no acordo Mercosul-União Europeia. A entidade solicita na nota que o governo brasileiro adote uma abordagem cautelosa e diplomática para resolver essa questão, evitando confrontos ou medidas retaliatórias que possam agravar a situação e causar o desemprego de milhares de pessoas. As informações são do site Globo Rural.

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