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Brasil Síndrome inflamatória atinge crianças com coronavírus

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Próximo passo é testar os imunizantes em menores de 18 anos. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A pequena Laura, hoje com 7 meses, nasceu perfeitamente saudável após uma gestação bem acompanhada. Os pais, João Pedro e Ana Carolina, de 21 e 16 anos, tiveram Covid quando ela tinha aproximadamente 20 dias, e todos evoluíram bem. Com dois meses e meio de vida, a família notou que Laurinha tinha dificuldade para respirar. “Ela respirava acelerado, estava tentando puxar o ar. Passamos pelo hospital de Potirendaba, o doutor encaminhou para o Austa, onde ela precisou ser imediatamente intubada. Foram 109 dias internada, dentre esses 91 na UTI pediátrica, 60 dias intubada e 18 dias no quarto”, conta a avó paterna, a auxiliar de enfermagem Thiesa Katherine do Nascimento, de 40 anos.

A doença que acometeu Laurinha e a deixou com sequelas é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), que atingiu pelo menos 17 crianças na região de Rio Preto, em São Paulo, somente no ano passado, e fez uma vítima fatal em Pontalinda, conforme dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado. “É uma reação inflamatória que gera uma resposta em múltiplos órgãos e até o momento foi descrita exclusivamente no coronavírus do Sars-CoV-2. Foi descrita no mês de abril e são crianças que entraram em contato com o vírus ou tiveram a doença previamente”, explica Natália Rodriguez Castro, pediatra assistente da Emergência Pediátrica do Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto.

A síndrome começou a ser relatada em abril de 2020, derrubando o mito de que crianças não poderiam ser acometidas pela forma grave da Covid. O cuidado e a atenção se fazem mais necessários ainda neste momento, em que muitas crianças estão voltando a frequentar a escola ou em que as famílias estão debatendo essa possibilidade.

A especialista destaca que não significa que a infecção pelo coronavírus esteja ativa, mas existe uma resposta inflamatória ao contato com ele. A avó de Laura, Thiesa, conta que os dias em que a neta ficou internada foram de desespero. “Eu que acompanhei e autorizei as cirurgias, ela fez diálise peritoneal, teve que fazer traqueostomia para tirar o tubo e depois descobrimos um hematoma, precisou colocar um dreno”, relata. O hematoma estava na cabecinha da bebê, e ela continua com o dreno para que não se formem novos. Outras sequelas que permaneceram é que ela precisa utilizar respirador e se alimenta apenas com sonda, com uma dieta especial, além de ter ficado com uma grave insuficiência cardíaca.

Será preciso acompanhamento especializado para que Laurinha, que mora em Potirendaba, possa se recuperar. “Ela é minha primeira neta, meu tudo, minha vidinha, minha boneca”, afirma Thiesa.

Jorge Haddad, presidente da regional de Rio Preto da Sociedade de Pediatria de São Paulo e intensivista pediátrico na Beneficência Portuguesa, diz que poucas crianças, dentre o total das que tiveram contato com Covid, que desenvolvem a síndrome, o que aumenta a importância de conhecer a SIM-P para que seja feito um diagnóstico precoce. Um dos sinais mais significativos é a febre. “O importante é que seja feito o diagnóstico precoce, mais de dez, 12 dias sem diagnóstico pode provocar aneurisma, dilatação na coronária e comprometer a vida do paciente no futuro”, alerta o médico.

Não existe um exame específico para SIM-P, mas é preciso que a criança tenha entrado em contato com o vírus e que exames com marcadores que indiquem inflamações. Os médicos também descartam outras fontes de inflamação.

“A reação inflamatória da SIM-P acontece em todos os órgãos, desde o coração, pulmões, trato gastroinestinal, na medula óssea altera a produção de plaquetas”, explica a médica Natália. “A criança começa a ter sinais de inflamação, e o primeiro e principal deles é a febre, que é o critério obrigatório para o diagnóstico. O paciente pode ter vasculite, que é a inflamação dos vasos sanguíneos que a gente chama de doença de Kawasaki. Pode ter alteração da coagulação do sangue, diarreia, dor abdominal, choque, ou seja, a impossibilidade da manutenção da pressão arterial adequada”, descreve Natália.

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