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Brasil Soro com anticorpos de cavalo pode ficar pronto junto com a vacina contra o coronavírus

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O Avifavir obteve a aprovação do Ministério da Saúde russo em maio e é baseado na substância favipiravir. (Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília)

Quando o organismo dos seres vivos é surpreendido por um agente invasor, como vírus e bactérias, ele passa a produzir anticorpos. Em busca de terapias para enfermidades complexas, cientistas usam esses soldados como matéria-prima para o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes. A estratégia tem surtido resultados positivos para cânceres e outros problemas de saúde. Agora, é investigada para combater a pandemia da Covid-19. Nesse caso, pesquisadores apostam no uso de células do sangue de pessoas e de animais infectados pelo novo coronavírus para criar, em laboratório, um exército de defesa mais potente do que o natural.

A ideia de usar anticorpos para o desenvolvimento de medicamentos surgiu em 1975, mas somente nas últimas décadas as pesquisas com base nessa premissa ganharam força, principalmente na busca de tratamentos para doenças incuráveis.O desenvolvimento de um soro anticovid-19 tem tido resultados promissores, afirma o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Em entrevista ao canal CNN no sábado (19), ele fala sobre o processo, como andam os testes e quais devem ser os próximos passos na produção.

“É um soro produzido em cavalos para combater o coronavírus. Começamos o desenvolvimento desse soro em maio e estamos em uma fase adiantada da pesquisa. Dez cavalos já foram imunizados, receberam o coronavírus desativado e responderam bem. Eles tiveram uma resposta imunológica poderosa, produziram anticorpos que funcionaram em testes preliminares em camundongos, em laboratório”, comemora.

“Agora vamos para a próxima fase, que é a produção. Esses cavalos fornecerão o plasma e faremos os primeiros lotes do soro para aí sim fazer o teste clínico, testar a segurança e eficácia em pessoas. Podemos tirar de cada cavalo até 12 litros de plasma por sessão. Isso permite a obtenção de muita matéria-prima, e esses litros são purificados e transformados neste remédio, no soro”, explica.

Covas acredita que o processo se conclua até o fim do ano. “Isso depende da aprovação da Anvisa, tanto a produção do soro em si quanto o teste clínico, que é feito em pessoas já infectadas com Covid-19 e que estão internadas. O teste permite saber se o soro diminui a gravidade e complicações da doença. As pessoas infectadas de forma mais graves são as candidatas naturais”.

Vacina x Soro

O diretor do Butantan comentou também a diferença do soro para a vacina que também está em fase de testes. “As populações são diferentes, a vacina é preventiva, e o soro é curativo”. No entanto, ambas podem ficar prontas simultaneamente.

“A vacina é um longo processo de desenvolvimento. No caso específico da vacina que desenvolvemos, houve rapidez relativa devido à experiência anterior com outro coronavírus, que era o Sars. A Sinovac já tinha trabalhado nessa vacina contra o Sars e, quando apareceu o novo coronavírus, ela simplesmente adaptou, o que permitiu entrar rapidamente em estudos clínicos. Pretendemos tê-la até o final deste ano e pode acontecer de seu uso vir em janeiro, podendo coincidir também com a disponibilidade do soro”, projeta.

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https://www.osul.com.br/soro-com-anticorpos-de-cavalo-pode-ficar-pronto-junto-com-a-vacina/ Soro com anticorpos de cavalo pode ficar pronto junto com a vacina contra o coronavírus 2020-09-20
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