Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2020
Um supercomputador japonês mostrou que a umidade pode ter um efeito grande na dispersão de partículas de vírus, sublinhando o risco acentuado de contágio de coronavírus em ambientes fechados e secos durante os meses de inverno.
A descoberta leva a crer que o uso de umidificadores pode ajudar a limitar as infecções quando a ventilação com janelas não é possível, de acordo com um estudo divulgado na terça-feira pela gigante de pesquisas Riken e pela Universidade de Kobe.
Os pesquisadores usaram o supercomputador Fugaku para simular a emissão e o fluxo de partículas semelhantes às de vírus de pessoas infectadas em uma variedade de ambientes fechados.
Uma umidade do ar inferior a 30% resultou em mais do que o dobro da quantidade de partículas transmitidas pelo ar quando comparada a níveis de 60% ou mais, mostraram as simulações.
O estudo também indicou que escudos faciais transparentes não são tão eficientes quanto máscaras para evitar a disseminação de aerossóis. Outras descobertas revelaram que frequentadores de restaurantes correm mais risco de pessoas ao lado do que daquelas na mesma mesa, e o número de cantores em corais deveria ser limitado e incluir distanciamento físico.
Entre especialistas de saúde, é cada vez maior o consenso de que o vírus da Covid-19 pode se espalhar pelo ar. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) revisou sua diretriz neste mês e disse que o patógeno pode permanecer no ar durante horas.
Aumento global de novas infecções preocupa
Em outra frente, a cientista-chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde) expressou nesta quarta-feira preocupação de que o recente aumento global no número de novas infecções por Covid-19 seja seguida por um aumento das mortes, que atualmente estão em cerca de 5.000 por dia na média.
Os casos estão aumentando, com países como Reino Unido, Itália, Suíça e Rússia registrando números elevados de novas infecções. Mais de 38 milhões de pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo, e quase 1,1 milhão morreram, de acordo com uma contagem da Reuters.
“O aumento da mortalidade sempre vem algumas semanas depois do aumento dos casos”, disse Soumya Swaminathan durante um evento de mídia social da OMS. “Ainda estamos perdendo cerca de 5.000 pessoas por dia… então não devemos ser complacentes com a queda das taxas de mortalidade.” As informações são da agência de notícias Reuters.