Segunda-feira, 28 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2024
Com o avanço das primeiras etapas para a eleição americana, muitos republicanos, personalidades da ultradireita e apoiadores do MAGA (acrônimo para slogan trumpista “Make America Great Again”) concentram-se agora em um adversário: a cantora americana Taylor Swift. Nas redes, eles acusam a popstar, seu relacionamento com a estrela do futebol americano, Travis Kelce, e até a vitória do Kansas City Chiefs, time de Kelce, na última partida da National Football League (NFL) de operarem um suposto complô democrata para garantir a reeleição do presidente Joe Biden.
No último domingo, o Kansas City Chifres venceu o campeonato AFC, garantindo a vaga do time de Travis Kelce, e talvez da presença de Taylor Swift, no Super Bowl, no dia 11 de fevereiro. O evento, apesar de ser esportivo, também comporta um show durante seu intervalo, tornando-o um dos mais assistidos do país. A cantora não será a atração da noite, segundo anúncio da NFL, mas suas aparições na torcida ou ao lado do namorado já bastam para muitos eleitores de extrema direita e ultradireitistas iniciarem as especulações, como mostram reações recolhidas pela revista Rolling Stone.
“Eu me pergunto se há um grande endosso presidencial vindo de um casal artificialmente apoiado culturalmente neste outono [hemisfério norte]. Apenas algumas especulações malucas aqui, vamos ver como isso envelhece nos próximos oito meses”, escreveu o bilionário Vivek Ramaswamy, ex-candidato presidencial, em resposta a uma publicação de Jack Posobiec, teórico da conspiração Pizzagate, no X (antigo Twitter).
As alegações de Ramasawamy – que se chocam com as teorias já existentes de que as temporadas da NFL são “roteirizadas” – sugerem que o relacionamento da cantora e do jogador seria orquestrado pelo governo Biden para obter apoio ao atual presidente, que concorre à reeleição. Nessa narrativa, a vitória do Kansas City Chiefs teria sido essencial para dar maior visibilidade ao casal e consequentemente apoio a Biden. Após desistir da candidatura, o empresário de 38 anos declarou apoio imediatamente ao ex-presidente Trump.
“Nunca estive tão convencido de que o Super Bowl é fraudado. Com toda a cobertura desnecessária e indesejada de Taylor [Swift] nos jogos. A jornada de KC [Kansas City] para o Superbowl — totalmente roteirizada… KC vence. E mais tarde [eles anunciam] seu apoio a Biden. Coincidência? Não”, escreveu um ex-candidato ao Congresso americano, Jack Lombardi II, no X. Publicações similares são feitas por outras personalidades.
A jornalista e ativista conservadora, Laura Loomer, chegou a afirmar, em uma publicação no X, que Taylor Swift se sentaria ao lado da ex-presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, e do governador também democrata, Gavin Newsom, da Califórnia. Até o momento, não foi confirmado se a cantora comparecerá ao evento.
Um influenciador de extrema direita, também citado pela revista, fez uma publicação endereçada ao adversário da noite do time de Kelce, San Francisco 49ers, dizendo que “eles DEVEM derrotar o Chiefs” e que, caso isso não aconteça, “o senhor Pfizer e a sua namorada [Taylor Swift] entrarão em uma tour como ‘campeões mundiais’ ajudando a eleger Joe Biden”. “A Terceira Guerra Mundial provavelmente ocorrerá em um segundo mandato Biden e milhões de pessoas morrerão. O destino do mundo livre está sobre seus ombros”, concluiu. O “senhor Pfizer” é uma referência ao apoio de Kelce à vacinação durante a pandemia da Covid-19.
Taylor Swift também é alvo quando está sozinha. Uma política republicana da Geórgia, Kandis Taylor, afirmou ainda que “tentou alertar a todos” de que a influência da cantora “era demoníaca, maligna e luciferiana” e concluiu que “Satanás quer usá-la para eleger Biden de volta à Casa Branca e destruir o que resta da América”.
O Super Bowl ocorre três dias antes de eventos eleitorais importantes para o Partido Republicano, como o Caucus em Nevada e Ilhas Virgens, e quase duas semanas antes das primárias na Carolina do Sul.
Com 279 milhões de seguidores no Instagram, a cantora Taylor Swift é um fenômeno. Em 2020, ela apoiou o então candidato à presidência pelo Partido Democrata Joe Biden. No ano passado, com uma única postagem no Instagram, a cantora levou 35 mil novos registros eleitorais. Uma pesquisa encomendada pela revista americana Newsweek da Redfield & Wilton Strategies mostra que 18% dos eleitores afirmam serem “mais propensos” ou “significativamente mais propensos” a votar em um candidato apoiado pela cantora. As informações são do jornal O Globo.