Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Rogério Pons da Silva | 14 de julho de 2025
Somos seres imperfeitos, cheios de falhas e imperfeições, sabemos o quanto é difícil nos corrigir de defeitos e vícios.
Foto: FreepikEsta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Algumas frases conceituais são ouvidas e repetidas durante toda a vida e moldam nossa maneira de ser e de nos expressarmos, são chavões bem conhecidos. Escolhi dois, o primeiro é muito utilizado em questões de convivência social, a famosa:
– Eu faço a minha parte!
Ouvimos muitas vezes, como desabafo e desculpa de algo que precisa melhorar na sociedade. Mesmo que muitos de nós , sigam dizendo e “fazendo a sua parte”, parece-me que no conjunto as coisas não melhoram, pelo contrário.
Que coisa hein!??
Queremos viver num país melhor, mais justo, honesto, com mais oportunidades, qualidade de vida e, mesmo que tenhamos uma boa conduta, é provável que a maioria de nós “ não faça a sua parte.” A primeira dificuldade é determinar qual é a parte? Onde passa a régua? E quem vai determinar o tamanho da minha parte?
Fazemos por vontade e não por dever. Esse é o ponto. Em um vídeo, o consultor americano Franklin Covey, faz uma analogia sobre nossas atitudes na vida. Comparando ações com a condução de um grande navio, Covey se refere a uma parte do leme de grandes embarcações , chamado de “trim tab”.
O trim tab é uma parte relativamente pequena do leme que comparado ao tamanho do navio, é insignificante, mas é o trim tab o elemento chave na condução do navio. Covey nós incentiva afirmando que podemos realizar pequenas coisas que estão fora de nossas atribuições e causar um grande impacto de comportamento em nosso círculo de
influência.
Devemos fazer o que é preciso, o que esteja ao nosso alcance fazer! Aí sim!!
– Mas só eu vou fazer?? E os outros? Eu vou fazer sozinho??
– Sim! Por que os outros são os outros e você não é os outros. Você é você! Sempre há a possibilidade de não fazermos nada, sob a alegação.
– Eu vou fazer sozinho!???
É assim…, nos autorizamos a não fazer e sem culpas. No vídeo, Covey diz que o grande segredo da mudança são pequenos gestos seguido de ações e nos convida para sermos um Trim tab.
Comece identificando um problema, depois fazendo o que pode fazer, que precisa ser feito, mesmo que não sejam suas atribuições, ou ainda, que considere que seja algo pequeno para seu cargo ou posição.
Exemplo disto é a máxima: todos temos soluções para os problemas do mundo, mas a louça do almoço ninguém quer lavar. Começar por fazer pequenas coisas, isso vai influenciar positivamente quem estiver envolvido na situação, então, teremos realmente grandes chances de mudar o que precisa ser mudado em empresas, na família, entidades, cidades ou até mesmo, no país. A palavra convence, mas o exemplo arrasta!!
Faz o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Falamos isso em tom de deboche e indignação, quando alguém prega coisas que ele próprio, na prática, não cumpre.
– Safado ! É o mínimo.
Essa questão em duas possibilidades:
1 – Aquele que age de forma errada, porém ao falar condena a ação.
2 – Outro, é quem faz o errado e acredita que o errado é o que está correto.
Isto coloca o primeiro, (safado) em degrau superior ao segundo. Ambos agem errado, o primeiro por fraqueza ou esperteza, o segundo erra por convicção. O primeiro, diz a terceiros e a si próprio, de forma inconscientemente ou não, admitindo que faz errado.
Somos seres imperfeitos, cheios de falhas e imperfeições, sabemos o quanto é difícil nos corrigir de defeitos e vícios.
Ao alertar aos outros dos erros, apesar da hipocrisia, o safado também está naquele momento dizendo a si próprio que esta errando e sucumbindo às fraquezas.
Considere esta sutil diferença, esse pequeno avanço, no penoso caminho para evoluir, melhorar e errar menos. Tô errado?
(Rogério Pons da Silva é jornalista e empresário industrial)
rogerio@sidermetal.com.br
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.