Quinta-feira, 17 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de janeiro de 2020
Milhares de pessoas se reuniram hoje para o funeral do general iraniano Qassim Suleimani na cidade iraniana de Kerman, sua terra natal. Um tumulto durante o cortejo de Suleimani, vítima de um ataque coordenado pelos Estados Unidos no Iraque, deixou vários mortos e chegou a interromper o funeral.
O caixão com corpo de Suleimeni foi levado para uma área de mártires do cemitério de Kerman e os preparativos para o enterro foram retomados no início da tarde (horário de Brasília), segundo informações divulgadas pela rede de notícias estatal ISNA.
De acordo com a agência Associated Press, citando a TV estatal do Irã, 56 pessoas foram mortas no tumulto e 213 ficaram feridas. Segundo a CNN, citando a IRINN (agência estatal iraniana de notícias), entre os mortos estão 35 homens e 21 mulheres. Entre os feridos, 67 ainda estão hospitalizados.
O diretor da Organização de Emergências, Pir Hosein Kolivand explicou que a tragédia foi causada por uma aglomeração no funeral e que os hospitais da região já estavam em alerta. Os feridos, entre eles quatro crianças, foram levados para diferentes unidades de atendimento.
O hospital Shahid Bahonar, referência em traumas em Kerman, recebeu a maioria das vítimas. Segundo informações da ISNA, a maioria das vítimas fatais morreu por sufocamento. Os feridos apresentam fraturas no crânio e nos ossos.
O presidente do Irã, Hassan Rouhanu pediu que seu vice e o ministro da Saúde, Said Namaki, “concentrassem todos os esforços para atender aos feridos e aos familiares das vítimas” e lamentou o ocorrido em um comunicado divulgado pela ISNA.
“A massiva presença do povo iraniano ao funeral e celebração do grande comandante do Irã, general Shahid Qassim Suleimani, foi uma manifestação de gratidão. Infelizmente, alguns compatriotas perderam suas vidas devido ao excesso de pessoas. (…) Envio minhas condolências aos familiares das vítimas, aos devotos de Deus e àqueles que foram mártires de seu mártir”, diz o comunicado.
O corpo de Suleimani foi levado do Iraque para outras cidades iranianas antes de chegar a Kerman para ser enterrado. Ontem, uma procissão em Teerã também reuniu milhares de pessoas, lotando as principais vias da cidade. O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, chorou enquanto liderava as orações fúnebres em frente à Universidade de Teerã.
Autoridades iranianas lamentaram a morte do general e voltaram e prometer uma resposta ao ataque dizendo que “será Deus quem realmente se vingará dos Estados Unidos”.
No funeral, Zeinab Suleimani também voltou a cobrar uma resposta à morte do pai. Ela declarou que “o martírio de (seu) pai levará a um auge de resistência e fará Estados Unidos e Israel tremerem” e que “o ataque dos norte-americanos levará “dias escuros aos Estados Unidos”.
Comandante da Força Qods da Guarda Revolucionária, responsável pelas operações da República Islâmica no exterior, Suleimani tinha 62 anos e era uma das pessoas mais populares do Irã e um temido adversário dos Estados Unidos e de seus aliados.
O ataque aéreo americano que matou o general iraniano Qassem Suleimani elevou a tensão entre os dois países e desencadeou uma série de troca de ameaças que chegou hoje ao quinto dia consecutivo.
Semana passada, autoridades iranianas prometeram vingança logo após o assassinato. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou uma “grande retaliação” se o Irã, de fato, revidar. E, em meio a incertezas envolvendo as tropas americanas que se encontram no Iraque, país vizinho ao Irã, o chanceler iraniano defendeu, em discurso hoje, a expulsão dos Estados Unidos do sudoeste asiático.