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Mundo Um ano após invasão do Capitólio, republicanos ampliam ofensiva para manipular voto

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Multidão de apoiadores de Donald Trump atacaram a sede do Congresso dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021. (Foto: Reprodução)

Há um ano, a cruzada de Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, para tentar reverter o voto popular teve seu clímax quando uma turba de apoiadores invadiu o Capitólio, a sede do Congresso americano, durante a sessão que confirmaria a vitória de Joe Biden. Se a democracia dos EUA sobreviveu ao teste de estresse, provou-se também frágil. E o temor é que o 6 de janeiro de 2021 tenha sido apenas um prelúdio.

O plano fracassou graças aos freios e contrapesos do sistema: os republicanos perderam 64 das 65 contestações judiciais aos resultados e não conseguiram intimidar funcionários estaduais nem a maioria dos congressistas a embarcar na retórica do ocupante da Casa Branca. Desde então, entretanto, trumpistas agem em várias frentes para evitar que isso ocorra novamente.

Legislativos estaduais controlados pelo Partido Republicano aprovam leis para limitar o acesso de minorias tradicionalmente pró-democratas ao voto ou para facilitar subversões da decisão popular. São, em sua grande parte, estados-pêndulos como Geórgia, Pensilvânia e Michigan, cuja conquista é essencial para chegar à Casa Branca.

Republicanos interferem também no redesenho dos distritos eleitorais, processo em curso após o Censo de 2020, para favorecer seus candidatos. Incentivados por movimentos de base, doadores, parlamentares e pelo próprio ex-presidente, recrutam aliados para a disputa de cargos locais, grandes ou pequenos. Com isso, constroem um aparato que lhes dê vantagem em corridas legislativas e presidenciais – a primeira delas neste ano.

Risco de subversão

“Há um grande risco de uma subversão eleitoral no pleito de 2024, particularmente se Trump continuar a ser candidato”, disse por e-mail Richard Hasen, cientista político da Universidade da Califórnia, classificando a invasão do Capitólio como um dos legados mais contundentes do ex-presidente.

Trump deixa claro que pretende se candidatar e insiste nas falsas alegações de fraude eleitoral. Ao site Axios, fontes que se reuniram com o ex-presidente no resort de Mar-a-Lago, onde vive agora, afirmam que ele não consegue manter uma conversa sem insistir que a eleição lhe foi roubada.

Nos dias após o ataque ao Capitólio, que deixou cinco mortos e centenas de feridos, uma parte do Partido Republicano chegou a se opor à conduta do presidente, após fomentar por meses sua retórica, salvo exceções pontuais. A influência de Trump, contudo, foi mais forte do que quaisquer reservas sobre aprofundar uma crise democrática.

No eleitorado, a Grande Mentira também é endossada. Em dezembro, 58% dos republicanos diziam crer que fraudes alteraram o resultado do pleito, constatou uma pesquisa do instituto Ipsos.

Os obstáculos que podem aparecer no caminho do ex-presidente até novembro de 2024, contudo, não são poucos: entre eles, a investigação em Nova York sobre os negócios da Organização Trump e, especialmente, a Comissão Especial da Câmara que apura os eventos de 6 de janeiro.

O grupo avança com intimações a várias figuras da alta cúpula da antiga Casa Branca, audiências e ordens de prisão por desacato a quem se recusa a colaborar – entre eles, o ex-chefe de Gabinete Mark Meadows e o estrategista Steve Bannon. Entre as descobertas da comissão, estão encontros no dia 5 de janeiro entre figuras-chave do antigo governo e organizadores dos protestos.

Corrida contra o tempo

Os indícios são de que a alta cúpula não só tinha conhecimento dos planos de ataque ao Capitólio, mas que pode ter ajudado a orquestrá-lo. Ao se recusarem a colaborar, contudo, os parceiros do ex-presidente tentam atrasar as investigações apostando que retomarão o controle do Congresso nas eleições legislativas de novembro.

É uma corrida contra o tempo, já que os parlamentares começam a ponderar se há evidências suficientes para recomendar que o Departamento de Justiça abra uma investigação criminal contra Trump ou outras figuras centrais do seu governo por alegações que incluem fraude e obstrução de Congresso. A medida não seria vinculante, mas poria pressão sob o secretário de Justiça, Merrick Garland, que vem se esquivando publicamente do assunto há um ano.

“Se os republicanos tomarem o controle do Congresso em 2022, será o fim das investigações”, disse o cientista político Robert Shapiro, da Universidade Columbia. “A comissão está agindo da forma mais rápida que pode, mas o problema é que há muitas etapas procedimentais e pessoas envolvidas. Pode não haver tempo de terminar até lá.”

Os trumpistas lançam mão de várias estratégias para mobilizar a base e garantir o sucesso em novembro, quando a Câmara e um terço do Senado serão renovados e 36 estados escolherão novos governadores. Uma delas é a caça às bruxas a correligionários que criticaram o ex-presidente, como os dez deputados e sete senadores que votaram pelo seu impeachment, após o ataque de 6 de janeiro. O afastamento foi barrado pelo Senado, então com maioria republicana.

Desde então, eles são criticados publicamente por Trump, que apoia desafiantes nas eleições primárias para tirá-los de Washington ou de cargos estaduais. A caçada se aplica também a funcionários estaduais que se recusaram a reverter o pleito a seu favor. Entre eles, figuras responsáveis por coordenar eleições. As informações são do jornal O Globo.

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https://www.osul.com.br/um-ano-apos-invasao-do-capitolio-republicanos-ampliam-ofensiva-para-manipular-voto/ Um ano após invasão do Capitólio, republicanos ampliam ofensiva para manipular voto 2022-01-05
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