Cinema Um teatro dos Estados Unidos cancelou o musical de Woody Allen por causa do escândalo sexual dele

As primeiras acusações de assédio sexual contra Woody Allen surgiram em 1992. (Foto: Reprodução)

Um influente teatro dos Estados Unidos cancelou um musical de Woody Allen depois que sua filha adotiva insistiu em denunciar um suposto abuso cometido pelo diretor. O Goodspeed Opera House de Connecticut informou na quinta-feira (25) que substituirá “Bullets Over Broadway”, uma adaptação de seu filme de 1994 com uma boa injeção de jazz, pela paródia musical “The Drowsy Chaperone”.

“Tendo em vista o conversado sobre assédio sexual e má conduta, o autor de ‘Bullets Over Broadway’, de Woody Allen, foi objeto de um escrutínio crescente”, disse o diretor-executivo do teatro, Michael Gennaro, em um comunicado. “As notícias da imprensa tornaram a situação ainda mais difícil e complicada, e isso nos levou a reconsiderar a adequação de produzir o show”, acrescentou.

Dylan Farrow, filha adotiva que Allen com sua ex-mulher Mia Farrow, reiterou em uma entrevista televisiva na semana passada, que foi abusada pelo diretor em 1992, quando ela tinha sete anos. Allen, de 82 anos, negou enfaticamente essas denúncias, assegurando que uma investigação já o absolveu nesse assunto, e acusou a família de Farrow de fazer uma lavagem cerebral em sua filha depois que ele deixou sua Mia para casar-se com Soon-Yi Previn, filha adotiva da atriz de um casamento anterior.

Atores como Colin Firth, Ellen Page e Natalie Portman se distanciaram do diretor nas últimas semanas.

Dylan

A filha adotiva do cineasta Woody Allen deu uma entrevista em lágrimas a uma rede de TV, revelando detalhes de um suposto abuso do diretor há mais de 25 anos. Na sua primeira entrevista a uma TV, Dylan Farrow disse ao programa “This Morning” da CBS que Allen a tocou em suas partes íntimas quando ela tinha sete anos de idade.

“Eu amava o meu pai. Eu o respeitava. Ele era o meu herói. E isso obviamente não apaga o que ele fez. Isso faz a traição e a dor muito mais intensas”, afirmou ela, de 32 anos.

Allen, 82 anos, negou várias vezes a acusação, que foi feita pela primeira vez em 1992 em meio à separação difícil entre ele e a atriz Mia Farrow.

Num comunicado, o cineasta voltou a negar a acusação e disse que Dylan estava usando o escândalo de abuso sexual em Hollywood para retomar a alegação.

A rejeição em Hollywood ao diretor tem aumentado recentemente com vários atores se distanciando dele ou doando os ganhos com os seus filmes para grupos de apoio a vítimas de assédio.

Dezenas de homens poderosos do cinema, mídia e política têm sido despedidos, se afastado de suas funções ou deixado projetos nos últimos meses após acusações de abuso sexual.

As primeiras acusações de assédio sexual contra Woody Allen surgiram em 1992, quando ele estava se separando de Mia Farrow. Na época, a atriz relatou a um psiquiatra que Dylan, filha adotiva do casal –então com sete anos – havia lhe falado de abusos cometidos pelo pai.

Woody respondeu com um processo pedindo a guarda de seus três filhos com Mia – além de Dylan, mais um adotivo, Moses, e um biológico, Satchel, hoje conhecido como Ronan. Seguiu-se uma batalha judicial, uma investigação policial e um frenesi midiático que dura até hoje.

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