Segunda-feira, 25 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2025
O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação contra Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontou na última semana que, entre março de 2023 e fevereiro de 2024, o ex-presidente recebeu R$ 30.576.801,36 e retirou de suas contas R$ 30.595.430,71. As operações financeiras foram classificadas como “fora do padrão” pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que repassou os dados à PF.
O documento da corporação está vinculado ao inquérito que investiga a atuação de Eduardo nos Estados Unidos em ações consideradas lesivas à soberania nacional, caso que já resultou no indiciamento do ex-presidente e do filho.
Valores que entraram nas contas do ex-presidente:
– R$ 19,2 milhões são oriundos de 1,2 milhão de transações via PIX;
– R$ 8,7 milhões têm origem em 52 resgates de CDB/RDB;
– R$ 1,3 milhão são de três operações de câmbio;
– R$ 373,3 mil de proventos do ex-presidente;
– R$ 304 mil de 203 transferências;
– R$ 166 mil de 12 resgates de aplicação;
– R$ 99.687,49 de uma previdência privada.
Principal depositante
Há ainda recursos oriundos de transferências do tipo DOC/TED, depósitos em cheque, depósitos online, entre outras.
O PL, partido ao qual Bolsonaro é filiado e no qual ocupa o cargo de presidente de honra, é o principal depositante de valores na conta do presidente (R$ 291 mil).
Valores que saíram das contas de Bolsonaro:
– 18,3 milhões em seis aplicações em CDB/RDB;
– R$ 7,5 milhões em quatro transferências DOC/TED;
– R$ 1,5 milhão em 107 pagamentos de títulos, que podem ser boletos;
– R$ 1,1 milhão em 266 operações via PIX;
– R$ 749 mil em transferência para previdência privada;
– R$ 198 mil em 97 saques;
– R$ 52 mil no pagamento de 20 tributos/impostos;
– R$ 25 mil em três operações de câmbio;
– R$ 13 mil em contas de energia;
– R$ 13 mil em contas de telefone.
Outros gastos
Há ainda gastos com compras, cartão de crédito, conta de água, entre outros.
Entre os principais beneficiários de valores pagos pelo ex-presidente, estão o advogado Paulo Cunha Bueno (R$ 3,3 milhões), o escritório de advocacia DB Tesser (R$ 3,3 milhões), uma empresa de engenharia (R$ 900 mil), um escritório de arquitetura (R$ 235 mil), uma loja de veículos (R$ 130 mil).
E também transferências para Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, e para o filho Jair Renan, que atualmente é vereador em Balneário Camboriú (SC).
No relatório, a PF afirma que as movimentações feitas pelo ex-chefe do Executivo estão sob a suspeita de serem “ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”.
O documento também reúne informações sobre transações feitas por Bolsonaro em outros períodos. Entre fevereiro de 2024 e agosto de 2024, R$ 1.733.079,19 ingressaram nas contas do ex-presidente; e R$ 1.345.311,79 saíram. Dos valores debitados, estão transferências para advogados, Fabio Wajngarten e para os filhos Carlos e Eduardo.
De agosto de 2024 a dezembro de 2024, R$ 872 mil entraram nas contas do ex-presidente e R$ 1,2 milhão saíram.
De dezembro de 2024 a junho de 2025, R$ 11 milhões ingressaram e o mesmo valor saiu das contas de Bolsonaro. Nesse período, ele fez oito transferências para Eduardo, que somaram R$ 2,1 milhão. Também transferiu R$ 2 milhões para um de seus advogados e outros R$ 2 milhões para Michelle. As informações são do jornal O Dia.