Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2016
Para vegetarianos, aqueles que não consomem carne (vermelha, frango ou peixe), e veganos, que não ingerem nada de origem animal (como leite, ovos e mel), alimentar-se tem um sentido além de simplesmente nutrir-se. Para eles, as refeições são atos de consciência ambiental. “Quando você começa a pesquisar e se depara com a crueldade na indústria de alimentos, é uma decisão fácil de tomar. Sente-se muita diferença quando se opta por uma alimentação mais consciente. Eu me sinto muito bem assim”, diz Manuela Barbara, que não come carne há nove anos.
Para nutricionistas, o vegetariano e o vegano devem ficar atentos aos níveis de vitamina B12, encontrada exclusivamente na proteína animal. A carência severa desta substância pode causar anemia, atrofia muscular, baixa imunidade e até danos neurológicos.
“Muita gente tem optado por este tipo de alimentação, por uma atitude consciente, mas migra sem nenhum tipo de acompanhamento. Deve-se procurar um profissional para adequar, ver se precisa de uma suplementação de vitamina e de nutrientes”, aconselha a nutricionista Samara Lopes, que indica os cogumelos e ovos como algumas opções de substituição a proteína animal.
Atrelada à preocupação ambiental e social, quem não consome carne ou produtos de origem animal pode também ter benefícios valiosos para a qualidade de vida. “O câncer de intestino está ligado ao consumo de carne vermelha e embutidos. Veganos e vegetarianos, então, têm menos risco de ter a doença. O controle da glicemia também é melhor, assim como o da pressão arterial, reduzindo risco de doenças cardiovasculares. Além disso, consumindo mais antioxidantes, se reduz o envelhecimento das células”, diz a nutricionista Gabryella Batista, do Instituto Aliança.
A diferença principal entre as duas práticas é que o vegetariano não consome carne, mas ainda tem em seu cardápio alimentos de origem animal, como o ovo. Já os veganos excluem da dieta todo e qualquer produto de origem animal. O segredo, dizem especialistas, é uma ingestão equilibrada de verduras, grãos, leguminosas. E, se possível, optar pelos orgânicos.
A maquiadora Manuela Barbara, 26 anos, comenta que, ao se tornar vegetariana, sentiu muitas mudanças positivas no corpo. Ela nem pensa em voltar atrás: “Virei vegetariana aos 18 anos, quando passei a questionar a indústria alimentícia e seus efeitos do ponto de vista social e econômico. Não entendia porque amávamos o cachorrinho e comíamos o porquinho. Meu corpo e a minha vida ficaram bem mais leves. Enquanto eu estiver bem assim, viverei assim. E espero que seja para sempre.”