Mundo A União Europeia deve se defender contra medidas comerciais dos Estados Unidos, disseram a Alemanha, a França e o Reino Unido
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2018
Os líderes de Alemanha, França e Reino Unido pediram neste domingo (29) que o governo dos Estados Unidos não imponha medidas comerciais unilaterais contra a União Europeia.
A chanceler Angela Merkel, o presidente Emanuel Macron e a primeira-ministra Theresa May concordaram, durante uma teleconferência, que a União Europeia deve defender seus 28 Estados-membros de quaisquer tarifas punitivas dos Estados Unidos com base em regras de internacionais multilaterais.
“Eles concordaram que os EUA não devem adotar medidas comerciais contra a União Europeia, ou a União Europeia estará pronta para defender seus interesses dentro da estrutura da ordem multilateral do comércio”, disse um porta-voz do governo alemão em comunicado.
Os EUA impuseram tarifas de importação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio em março, mas concederam isenção temporária até 1º de maio para a União Europeia. O presidente Donald Trump decidirá então se tornará a isenção permanente.
“Uma guerra comercial é um jogo perdido para todos”, disse o ministro das Finanças da Bélgica, Johan Van Overtveldt. “Devemos ficar calmos quando estamos pensando em reações, mas o ponto básico é que ninguém vence em uma guerra comercial, então tentamos evitá-la a todo custo.”
O governo de Donald Trump está pedindo à Europa, Canadá e outros aliados que aceitem cotas em troca de uma isenção das tarifas de aço e alumínio que serão aplicadas em 1º de maio, quando a isenção temporária expirar. “Estamos pedindo a todos: cotas, se não tarifas”, disse o secretário de Comércio Wilbur Ross na sexta-feira.
O movimento do presidente americano coloca a União Europeia na difícil posição de sucumbir às exigências dos Estados Unidos que poderiam violar as regras do comércio internacional ou enfrentar tarifas punitivas.
Forçar os governos a limitar as remessas de mercadorias viola as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio), que proíbem as chamadas restrições voluntárias às exportações. A demanda também é contrária a toda a filosofia comercial do bloco de 28 países, que se baseia no princípio da livre circulação de mercadorias.
A Comissão Europeia, a autoridade comercial da UE em Bruxelas, se recusou a comentar sobre a perspectiva de um acordo com os EUA envolvendo quaisquer cotas de importação, enquanto enfatizava o consistente apelo do bloco por uma exclusão incondicional e permanente das taxas americanas de metal.
Embora as regras da OMC prevejam a possibilidade de países adotarem medidas emergenciais de “salvaguarda” envolvendo cotas de importação para bens específicos, tais medidas são raras, devem ser temporárias e podem ser legalmente contestadas. A UE está exigindo uma isenção permanente e incondicional das tarifas dos EUA.
As demandas de Trump para restringir as exportações de aço e alumínio para 90% do nível dos dois anos anteriores são inaceitáveis, disse uma autoridade do governo da UE. A autoridade, que pediu para não ser identificada, sinalizou que a resposta da UE dependeria do nível das cotas.
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