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Ciência As mudanças climáticas já colocam em risco a produção de alimentos no mundo

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Segundo o estudo, uma ação coordenada para enfrentar as mudanças climáticas pode, simultaneamente, melhorar o solo, a segurança alimentar e a nutrição e ajudar a erradicar a fome. (Foto: Reprodução)

As mudanças climáticas já estão colocando em risco a produção de alimentos no mundo, segundo um novo relatório lançado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) para o assunto. No extenso documento, são listadas pesquisas recentes sobre o uso da terra e suas causas e efeitos nas alterações do clima global. As informações são da ONU.

Segundo o estudo, uma ação coordenada para enfrentar as mudanças climáticas pode, simultaneamente, melhorar o solo, a segurança alimentar e a nutrição e ajudar a erradicar a fome. O relatório ressalta que as mudanças climáticas estão afetando todos os quatro pilares da segurança alimentar: disponibilidade (rendimento e produção), acesso (preços e capacidade de obter comida), utilização (nutrição e preparo dos alimentos) e estabilidade (rupturas na disponibilidade).

“A segurança alimentar será cada vez mais afetada por mudanças climáticas futuras, por meio de reduções das safras — especialmente nos trópicos —, preços maiores, uma qualidade de nutrientes reduzida e rupturas na cadeia de produção“, aponta Priyadarshi Shukla, copresidente do Grupo de Trabalho III do IPCC.

“Veremos efeitos diferentes em países diferentes, mas haverá impactos mais drásticos em países de renda baixa na África, Ásia, América Latina e Caribe.”

O relatório aponta que em torno de um terço da comida produzida é perdida ou desperdiçada. As causas da perda e do desperdício de comida variam substancialmente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, bem como entre regiões.

A redução da perda e do desperdício diminuiria as emissões de gases do efeito estufa e melhoraria a segurança alimentar.

“Algumas escolhas de dieta exigem mais solo e água e causam mais emissões de gases que aprisionam calor do que outras”, afirma Debra Roberts, copresidente do Grupo de Trabalho II do IPCC.

“Dietas balanceadas, com alimentos baseados em vegetais, como grãos alternativos, legumes, frutas e vegetais, e alimentos de origem animal produzidos de forma sustentável, em sistemas de baixa emissão de gases do efeito estufa, apresentam grandes oportunidades para a adaptação às mudanças climáticas e para a limitação delas.”

O relatório mostra que existem meios de gerenciar os riscos e reduzir as vulnerabilidades dos solos e dos sistemas alimentares.

A gestão de riscos pode aprimorar a resiliência das comunidades a eventos extremos, que têm impacto nos sistemas alimentares. Isso pode ser alcançado por meio de mudanças nas dietas ou de ações para garantir variedade nas culturas plantadas, de modo a prevenir a degradação do solo e a aumentar a resiliência a um clima extremo ou inconstante.

A redução das desigualdades, a melhoria da renda e a garantia de um acesso igualitário a comida, de modo que algumas regiões — onde o solo não pode ser usado para o fornecimento de comida adequada — não estejam em desvantagem, são outros meios de se adaptar aos efeitos negativos das mudanças climáticas. Também existem métodos de gerenciar e compartilhar os riscos. Algumas dessas estratégias já estão disponíveis, como sistemas de alerta com antecedência.

Um foco geral em sustentabilidade, combinado a ações antecipadas, oferece as melhores chances para enfrentar as mudanças climáticas. Isso traria um baixo crescimento populacional e desigualdades reduzidas, uma melhor nutrição e um menor desperdício de comida.

Isso poderia criar um sistema alimentar mais resiliente e disponibilizar mais terras para a produção de bioenergia, ao mesmo tempo em que as florestas e os ecossistemas naturais são protegidos. Contudo, sem ações precoces nessas áreas, serão necessárias mais terras para a produção de bioenergia, o que levará a decisões desafiadoras sobre o futuro do uso do solo e sobre segurança alimentar.

“Políticas que apoiam a gestão sustentável do solo, garantem o fornecimento de alimento para populações vulneráveis e mantêm o carbono na terra, ao mesmo tempo em que reduzem as emissões de gases do efeito estufa, são importantes”, afirma Eduardo Calvo, copresidente da Força-Tarefa sobre Inventários Nacionais de Gases do Efeito Estufa.

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https://www.osul.com.br/as-mudancas-climaticas-ja-colocam-em-risco-a-producao-de-alimentos-no-mundo/ As mudanças climáticas já colocam em risco a produção de alimentos no mundo 2019-08-12
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